Em oito meses, 154 pessoas perderam a vida em acidentes nas rodovias federais que cortam o MA


Casal morre após colisão frontal entre moto e carreta na BR-135, no interior o MA
Divulgação/PRF-MA
De 1º de janeiro a 25 de agosto de 2025 foram registrados 691 acidentes nas rodovias federais que cortam o Maranhão. Destes, 130 acidentes resultaram em 154 óbitos e 725 feridos.
Ao todo, 41,5% dos acidentes com morte foram resultados de colisões frontais, é o que aponta o levantamento feito pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Segundo a PRF, em comparação com igual período de 2024, houve redução em todos os indicadores relacionados a acidentes nas BRs no estado:
-1,4% no total de acidentes;
-11% nos acidentes com mortes;
-5,7% nos sinistros graves;
-3,8% no número de feridos;
7,2% no total de vidas perdidas.
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A PRF destaca que, apesar da queda geral, as colisões frontais permanecem preocupantes. Em 2025, 54 dos 130 acidentes fatais (41,5%) foram desse tipo – número parecido com o registrado em 2024, quando 57 dos 146 acidentes fatais (39%) foram colisões frontais. Ou seja, cerca de quatro em cada dez acidentes com morte envolvem veículos que colidem de frente, principalmente motociclistas, o grupo mais vulnerável no trânsito.
Na última quinta-feira (21), uma colisão frontal na BR-316, em Caxias, deixou duas pessoas mortas e uma ferida grave. O acidente envolveu um caminhão, uma picape e uma carreta, após um dos veículos invadir a contramão. A picape pegou fogo e ficou completamente destruída.
Três pessoas morrem em acidente na BR-316, no MA
Divulgação/PRF
No dia 11 de agosto, no km 103 da BR-135, em Itapecuru Mirim, uma motocicleta invadiu a contramão e colidiu de frente com uma carreta. O veículo de duas rodas incendiou, e os dois ocupantes morreram no local.
Saiba mais:
Casal morre em acidente com carreta em Itapecuru-Mirim
Ultrapassagens proibidas
Entre os fatores que mais contribuem para colisões frontais está a ultrapassagem em local proibido. De 1º de janeiro até o momento, a PRF já registrou 4.298 autuações por essa infração em 2025, contra 4.066 no mesmo período de 2024 –  aumento de 5,7%.
Como a maior parte da malha federal do estado é de pista simples e com tráfego em mão dupla, qualquer ultrapassagem mal calculada coloca veículos em rota de colisão direta, geralmente em alta velocidade.
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) prevê punições severas. Ultrapassar em local proibido (art. 203) é infração gravíssima, com multa de R$ 1.467,35 e sete pontos na CNH.
Forçar a passagem (art. 191) – quando o condutor obriga o veículo que vem no sentido contrário a sair da pista ou reduzir bruscamente para evitar colisão – é ainda mais grave: infração gravíssima multiplicada por dez, com multa de R$ 2.934,70 e suspensão do direito de dirigir.
Caso as duas condutas ocorram na mesma manobra, o motorista pode ser autuado duas vezes, totalizando mais de R$ 4.400 em multas, 14 pontos na CNH e suspensão do direito de dirigir.
Estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostram que, embora representem uma parcela menor do total de acidentes, as colisões frontais são responsáveis por quase metade das mortes nas rodovias federais.
Além das perdas irreparáveis, o impacto sobre a saúde pública é expressivo: segundo o Ministério da Saúde, apenas em 2020, lesões no trânsito provocaram mais de 190 mil internações no SUS, com motociclistas respondendo por 61,6% dos casos.
A PRF destaca que mantém fiscalização intensiva nos trechos críticos das rodovias federais do Maranhão, utilizando estratégias preventivas que incluem monitoramento de velocidade, controle de ultrapassagens irregulares e presença constante em pontos de maior risco. Essas ações visam reduzir acidentes, principalmente os de maior gravidade, e proteger vidas, atuando de forma antecipada para impedir que situações de risco resultem em sinistros de trânsito.
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