Putin não deve ceder a ultimato de Trump para acabar com guerra da Ucrânia, dizem fontes; prazo termina na sexta


Rússia pede cautela na retórica após troca de ameaças nucleares com Trump
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, não deve ceder ao ultimato de sanções imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com prazo para esta sexta-feira (8). Segundo fontes próximas ao Kremlin ouvidas pela Reuters, ele mantém o objetivo de capturar totalmente quatro regiões da Ucrânia: Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson.
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Trump ameaçou impor novas sanções à Rússia e aplicar tarifas de 100% a países que compram petróleo russo — entre eles, China e Índia — caso Putin não aceite um cessar-fogo na guerra.
Segundo três fontes ouvidas pela Reuters, Putin acredita que a Rússia está vencendo o conflito e duvida que novas sanções dos EUA tenham efeito relevante, após três anos e meio de penalidades.
Duas fontes disseram ainda que o presidente russo não quer desperdiçar a chance de melhorar a relação com Washington, mas que os objetivos militares continuam sendo prioridade.
O objetivo de Putin é capturar totalmente as regiões ucranianas de Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson, que a Rússia reivindicou como suas. Só depois, ele deve falar sobre um acordo de paz, afirmou uma das fontes.
“Se Putin conseguisse ocupar totalmente essas quatro regiões que ele reivindicou para a Rússia, ele poderia afirmar que sua guerra na Ucrânia alcançou seus objetivos”, disse James Rodgers, autor do livro “The Return of Russia”, que será lançado em breve.
Donald Trump e Vladimir Putin
AP Photo
As negociações entre russos e ucranianos, que tiveram três rodadas desde maio, foram vistas por Moscou como uma forma de mostrar a Trump que Putin não rejeita a paz. Mas, segundo uma fonte, as conversas têm sido esvaziadas e restritas a temas como trocas humanitárias.
A Rússia afirma estar disposta a discutir um acordo de paz duradouro, mas diz que as posições das duas partes seguem muito distantes. Na semana passada, Putin classificou o diálogo como “positivo”.
Moscou exige a retirada total das tropas ucranianas das quatro regiões capturadas e que a Ucrânia aceite um status neutro, com limites para o tamanho de suas Forças Armadas. Kiev já rejeitou esses termos.
Apesar da pressão crescente, ainda há espaço para um possível acordo. O enviado especial de Trump, Steve Witkoff, deve visitar a Rússia nesta quarta-feira (6), após uma escalada na retórica entre Washington e Moscou sobre o risco de uma guerra nuclear.
“O presidente Trump quer acabar com a matança, e é por isso que ele está vendendo armas fabricadas nos Estados Unidos para os membros da Otan e ameaçando Putin com tarifas e sanções severas se ele não concordar com um cessar-fogo”, disse a porta-voz da Casa Branca Anna Kelly.
O Kremlin não respondeu aos pedidos da Reuters. Todas as fontes falaram sob condição de anonimato.
Nos últimos meses, Trump tem adotado um tom mais duro em relação a Putin, a quem já elogiou no passado. Ele chamou de “besteira” a conduta do líder russo e classificou os bombardeios contra Kiev e outras cidades ucranianas como “nojentos”.
Na semana passada, a primeira-ministra da Ucrânia, Yulia Svyrydenko, pediu ao mundo “pressão máxima” após o pior ataque aéreo russo do ano matar 31 pessoas em Kiev — incluindo cinco crianças. Segundo ela, foi uma resposta direta ao ultimato de Trump.
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