Mulher acusada de planejar falso assalto para matar marido é julgada em Timóteo


Acusados de assassinato de Caio Domingues vão a júri popular nesta quarta-feira
Começou, na manhã desta quarta-feira (6), no Fórum de Timóteo, o julgamento de Luith Silva Pires Martins, acusada pelo Ministério Público de, juntamente com João Victor Bruno Coura de Oliveira, planejar o suposto assalto que terminou com o assassinato de Caio Campos Domingues, em abril de 2023, na zona rural de Jaguaraçu. Os dois réus foram submetidos ao Tribunal do Júri por homicídio qualificado.
Várias pessoas foram para a porta do fórum com a intenção de acompanhar a sessão do julgamento, além de parentes de Caio Domingues e dos réus. Isso porque o crime teve muita repercussão por conta da reviravolta no caso, inicialmente tratado como latrocínio.
Para o MPMG, a motivação do crime foi financeira, já que a acusada tinha diversas dívidas e o marido se recusava a quitá-las. Com a morte dele, ela pretendia se apropriar dos bens e receber o valor do seguro de vida do marido. Para executar o plano, teria prometido o pagamento de R$ 10 mil ao comparsa.
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João Victor Bruno Coura de Oliveira também sentou no banco dos réus juntamente com a mulher acusada de planejar a morte
Marina Bhering/Inter TV
Ainda segundo a promotoria, o crime foi cometido por motivo torpe, promessa de recompensa, traição, emboscada e dissimulação, dificultando a defesa da vítima.
Além da acusação de homicídio qualificado, João Victor também responde por posse irregular de arma de fogo. A arma que teria sido usada no crime foi localizada na casa dele, no dia seguinte ao assassinato.
Relembre o caso
Caio Domingues foi morto na noite de 4 de abril de 2023, momentos depois de sair da casa , na zona rural de Jaguaraçu, região conhecida como Lavrinha. Ele foi atingido por vários tiros momentos depois de sair de casa com a mulher, na caminhonete família.
Caio Domingues foi atingido por vários tiros em Jaguaraçu
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Relato da mulher no dia do crime:
Conforme o boletim de ocorrência, Luith contou para a Polícia Militar que era quem dirigia a caminhonete, acompanhada de Caio. Eles transportavam uma bicicleta que seria usada por por ele para pedalar, enquanto ela buscava os filhos do casal em clube.
Ela disse que estava ao volante quando o assaltante apareceu e mandou parar o veículo. Ele teria exigido que a mulher retirasse a bicicleta do veículo enquanto o marido permanecesse dentro do automóvel. E assim que desceu do carro para pegar a bicicleta, o criminoso atirou várias vezes contra o marido, que caiu do lado de fora do veículo.
Após o crime, ela disse ter sido forçada a levar o atirador até uma rodovia, mas desistiu de roubar a bicicleta e os celulares porque eles teriam rastreadores. Foi neste momento que ela voltou ao local do crime para socorrer o marido e encaminhá-lo para o hospital, mas ele já estava morto.
Reviravolta: de latrocínio a homicídio
Durante o registro do crime, tratado inicialmente como latrocínio, várias equipes policiais foram mobilizadas na região do Vale do Aço para tentar localizar o assaltante. Ao amanhecer, a PM prendeu em flagrante João Victor Bruno Coura de Oliveira, de 21 anos.
O jovem teria confessado o assassinato e disse que o crime foi encomendado pela mulher de Caio, pelo valor de R$ 10 mil. Durante os trabalhos, a polícia encontrou imagens que mostraram João e Luith juntos, um dia antes do crime.
Depois da prisão do jovem e de perceber contradições no relato da esposa da vítima, a PM parou de tratar o caso como tentativa de latrocínio e concluiu que a morte de Caio foi premeditada.
A mulher foi presa em flagrante e teria dito para polícia que queria apenas “dar um susto” no marido por conta de problemas no relacionamento.
O que diz a denúncia do Ministério Público:
De acordo com o MP, Caio foi surpreendido dentro do veículo, com o cinto de segurança afivelado, e atingido por disparos de arma de fogo efetuados por João Victor. Luith teria dirigido o carro até o local do crime, onde João Victor aguardava escondido. Após os disparos, ela teria dado fuga ao executor e retornado ao local para simular uma tentativa de socorro.
Para encobrir o homicídio, conforme apontou a promotoria, os acusados teriam forjado um roubo de uma bicicleta que estava na traseira do carro da vítima, tentando fazer parecer que o crime ocorreu durante um assalto.
Se condenados, os réus podem pegar de 12 a 30 anos de prisão pelo homicídio, além da pena referente ao crime previsto no Estatuto do Desarmamento.
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