
Flávio Bolsonaro durante protesto de apoiadores do ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL), em ato na Praia de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro
FAUSTO MAIA/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO
O senador Flávio Bolsonaro (PL) alegou não ter visto problema em gravar e publicar um vídeo de seu pai, Jair Bolsonaro (PL), enquanto ele se comunciava com apoiadores em manifestação no domingo (3). Após o vídeo, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou prisão domiciliar do ex-presidente.
“Eu, como parlamentar, não vi nenhum problema em postar um conteúdo que faz parte. Nossas redes sociais são a extensão do nosso mandato. Não estou com nenhuma proibição, nenhuma restrição, não faço parte do processo. O [Jair] Bolsonaro não me pediu para fazer isso, eu fiz porque achava que era importante mostrar que, mesmo ele sofrendo todas essas covardias, ele estava querendo dar um ‘oi’ para Copacabana’, que foi o que ele fez”, afirmou, em entrevista à GloboNews.
Filho 01 de Bolsonaro, o senador foi o responsável por gravar Bolsonaro enquanto o ex-presidente se comunicava com apoiadores que realizavam manisfestação no domingo (3).
O vídeo foi postado na rede social de Flávio para repercutir atos a favor de Bolsonaro em cidades do país e acabou usado por Moraes entre os motivos para determinar a prisão domiciliar.
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Flávio Bolsonaro trata na entrevista das respostas da oposição ao govenro Lula (PT), que tenta obstruir os trabalhos do Congresso Nacional como forma de protesto pela prisão, e as possíveis reações do governo dos Estados Unidos, comandados por Donald Trump.
Trump colocou as ações da Justiça brasileira contra Bolsonaro, investigado em mais de um inquérito no Supremo, para impor taxa de 50% em produtos brasileiro – o que terá início nesta semana.
Prisão domiciliar
Alexandre de Moraes afirma na decisão que Bolsonaro utilizou redes sociais de aliados – incluindo seus três filhos parlamentares – para divulgar mensagens com “claro conteúdo de incentivo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal e apoio ostensivo à intervenção estrangeira no Poder Judiciário brasileiro”.
Ao determinar que Bolsonaro cumpra prisão domiciliar em seu endereço residencial, em Brasília, o ministro também impôs:
proibição de visitas, salvo por familiares próximos e advogados;
recolhimento de todos os celulares disponíveis no local.
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O despacho ressalta que as condutas de Bolsonaro demonstram “a necessidade e adequação de medidas mais gravosas de modo a evitar a contínua reiteração delitiva do réu”.
Segundo Moraes, as medidas cautelares em vigor foram desrespeitadas “mesmo com a imposição anterior de restrições menos severas”, como a proibição de uso das redes sociais e de contato com outros investigados.
[Post em atualização]