Sidônio criou o ‘GetuLula’ para a campanha presidencial de 2026


Presidente Lula fala durante reunião ministerial
Ricardo Stuckert/PR
O ministro Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República) quebrou um tabu histórico e criou o “GetuLula”, a mistura dos dois líderes mais populares da história da República brasileira que sempre disputaram o título de pai dos pobres: Getúlio Vargas e Lula.
Como revelado pelo repórter Guilherme Balza, na mais recente reunião ministerial, Lula leu uma carta de Getúlio, de quem já foi um crítico. No texto de 1950, quando se candidatava para voltar à presidência, agora pelo voto popular e não mais pelas armas, como em 1930, Getúlio promete um governo nacionalista, diante de pressões internacionais e de parcelas da elite nacional.
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Algumas frases do ex-presidente gaúcho foram repetidas por Lula na reunião e dão o tom já adotado pelo Palácio do Planalto na atual crise com o governo americano de Donald Trump. Algumas delas:
“Cuidarei de atacar a exploração de forças internacionais”.
“Eles, os grupos internacionais, me atacarão de frente”
“E vão (as forças internacionais) se unir com os descontentes aqui de dentro”
“São os eternos inimigos do povo, que não querem ver a valorização do homem assalariado”
Repetindo: essas são frases de Getúlio de 50. E podem anotar: estarão no palanque de Lula em 26. Aliás, já estão em 25.
Mas por que Sidônio quebrou um tabu ao criar o “GetuLula” ?
Celso Rocha de Barros contra no seu livro “PT, uma história” que o primeiro encontro entre Lula e Leonel Brizola, o herdeiro de Vargas, causou constrangimento entre os trabalhistas, porque Lula tratava Brizola por “tu” e “você”, sem qualquer reverência. E mais: Lula, que havia sido preso por fazer greve durante a ditadura militar, dizia que o dispositivo que o levou à cadeia já existia na legislação varguista.
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As diferenças entre lulistas e getulistas se acentuaram na campanha de 1989, quando Lula impediu (por força da vontade popular) Leonel Brizola de chegar no segundo turno com Collor de Mello. Fora da disputa, Brizola apoiou Lula contra Collor, mas se disse engolindo um “sapo barbudo”.
Passados quase 40 anos, Sidônio fez mais do que botar na cabeça dos ministros o boné azul (e não vermelho, como do PT e de Trump) com os dizeres “o Brasil é dos brasileiros”. Sidônio fez barba no sapo, e lhe entregou uma bombacha e um chimarrão.
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