
O especialista Marcio Rachkorsky esclarece dúvidas sobre brigas em condomínios.
Discussões por barulho, garagem e até vazamento de água são comuns em condomínios. Segundo o consultor Marcio Rachkorsky, em muitos casos a mediação rápida evita que desentendimentos acabem em agressões físicas ou processos judiciais.
Para o especialista, a chave está em agir rápido e com diálogo: “Evitar que pequenas irritações se transformem em grandes brigas é o melhor caminho para preservar a paz no condomínio”, diz.
No SP1, Rachkorsky esclareceu as principais dúvidas de moradores e funcionários a respeito do tema.
🗣️ Quais são os principais motivos das brigas entre vizinhos?
Rachkorsky é taxativo: “Principalmente o barulho, porque muitas vezes todo mundo deixa para lá e ninguém se envolve”. “Mas também há problemas com vazamento, carro, estacionamento, crianças, cachorro”, complementa.
🗣️ Como o síndico deve agir diante de um conflito?
Segundo o especialista, o síndico precisa atuar como mediador de conflitos para evitar que eles cheguem a extremos. “O síndico moderno é um pacificador social”, define. “Ele deve agir primeiro com tranquilidade e depois com firmeza. Quando o síndico intervém cedo, evita litígio, briga e confusão.”
👮 Quando é necessário chamar a polícia?
“Se houve agressão física ou ameaça, é crime”, frisa Rachkorsky. “O boletim de ocorrência é essencial e deve ser feito imediatamente, junto com a busca por mediação. As duas coisas caminham juntas. Se perceber que a situação pode evoluir para a violência, é [ligar para o] 190 na hora.”
💥Como proceder em casos extremos, como o uso de gás ou explosivos?
Nessas situações, além do envolvimento da polícia, Rachkorsky orienta que o condomínio vote pela expulsão do morador e entre com ação judicial: “Já há decisões judiciais e jurisprudência para isso”.
⚖️ Por que conflitos pequenos alcançam proporções tão grandes?
A questão passa pela constância do convívio entre os envolvidos e pela recorrência do problema. “No restaurante ou no trânsito, a discussão acaba e você não vê mais a pessoa”, explica o especialista. “No condomínio é diferente: você encontra a pessoa no elevador, na garagem, no grupo de WhatsApp. O problema se repete todo dia, e as partes vão ruminando até ele virar grande.”
🔨️ Por que alguns condomínios recém-entregues proíbem o uso de martelete?
“Todo mundo tem pavor de martelete porque ele faz muito barulho e causa vibração”, contextualiza Rachkorsky. “Dá até a sensação de que o prédio está caindo. Por isso, proibir — especialmente à noite — é prudente.”
🧾 O que fazer quando o síndico toma decisões sem consultar a assembleia?
“A solução é reunir a maioria dos moradores, convocar uma assembleia e substituir o síndico por alguém mais democrático”, diz o consultor. “O ideal é uma gestão colegiada, participativa.”
Marcio Rachkorsky tira dúvidas sobre brigas em condomínios.
Reprodução/TV Globo