Ex-funcionário da Prefeitura de Poços de Caldas é preso suspeito de cobrar para liberar terrenos públicos para empresas


O ex-funcionário da Prefeitura de Poços de Caldas (MG), Hugo Ribeiro Rego, de 48 anos, foi preso na manhã desta quarta-feira (13), após investigações da polícia o apontarem como suspeito de ter cobrado pagamentos indevidos de empresas para liberar terrenos públicos no Distrito Industrial. A filha dele, de 26 anos, também foi presa por suspeita de participar do esquema.
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Rego deverá responder por corrupção passiva praticada por um ex-funcionário da prefeitura, estelionato, uso de documento falso e associação criminosa. Se for condenado, a pena pode chegar a 30 anos de prisão.
Ele e a filha foram presos em casa, no Jardim Vitória. A polícia também apreendeu celulares, notebook e documentos que serão analisados pela equipe da agência de inteligência com o objetivo de dar continuidade à investigação.
Polícia cumpriu mandado de busca e apreensão em casa de ex-servidor da Prefeitura de Poços de Caldas suspeito de enganar empresas interessadas em terrenos no Distrito Industrial
Polícia Civil/Divulgação
A investigação teve início a partir de uma denúncia formal realizada pela procuradoria do município, no início do ano. A operação foi chamada de ‘Castelo de Cartas’ porque, segundo a Polícia Civil, deverá ter continuidade para determinar se há uma rede integrada na realização do golpe.
Na administração municipal, Rego exerceu os cargos de gerente da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet), coordenador de comunicação e diretor de turismo, entre os anos de 2022 e 2024.
Segundo o delegado Clayson Brene, Rego usava do cargo na Sefet para praticar estelionato contra empresas interessadas em se instalar na cidade usando o programa Avança Poços, que viabiliza doação de terrenos no Distrito Industrial.
“Como gerente da Sedet, ele era responsável pelo procedimento de doação de terreno, conversava com os empresários e indicava que seria necessário, conforme previsão legal, o pagamento da contrapartida”, explicou o delegado.
Delegado Cleyson Brene, de Poços de Caldas
Fabiana Assis/g1
Até o momento, foram identificadas três empresas lesadas que pagaram entre R$ 100 mil e R$ 1,8 milhão.
De acordo com a polícia, quando as empresas demonstraram desconfiança pela demora da formalização do procedimento, o suspeito encaminhava atas falsas, para indicar que o processo estava em andamento e os pagamentos continuavam.
“Os pagamentos eram realizados via Pix que foram enviados diretamente para a conta da filha do investigado e também alguns pagamentos via Pix para a conta do próprio funcionário da prefeitura municipal. E outra parte desses pagamentos era realizada mediante cheque”, disse o delegado.
Os cheques foram rastreados por meio de microfilmagens bancárias e foi identificado que parte do dinheiro foi destinada a obras particulares do suspeito e na abertura de empresas no nome da filha, entre elas uma cervejaria.
Centro Administrativo de Poços de Caldas (MG)
Júlia Reis/g1
Rego irá cumprir a prisão preventiva preso. A filha irá cumprir prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica. A defesa de Rego foi contatada e disse que não irá se manifestar no momento por ainda não ter conhecimento das informações da acusação.
A Prefeitura de Poços de Caldas, por meio de nota, disse que, a partir de denúncias apresentadas por empresa eventualmente prejudicada, adotou imediatamente as providências cabíveis, acompanhando a situação junto às autoridades competentes e ressaltou que os fatos ocorreram à revelia do conhecimento interno e sem qualquer participação ou anuência da Administração Municipal.
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