Justiça arquiva inquérito que indiciou cinco pessoas por morte de aluna que caiu de prédio de academia no RS


Mulher morre após cair de 2º andar de academia no RS
Academia reabriu quatro dias após morte de aluna
Reprodução/RBSTV
A Justiça autorizou o arquivamento o inquérito policial que indiciou cinco pessoas por homicídio culposo após a morte de uma aluna que caiu da janela do segundo andar de uma academia, em Caxias do Sul, na Serra do RS. Relembre o caso acima.
A vítima era Denise de Oliveira, de 45 anos. Ela estava próxima de um aparelho chamado graviton, em que a pessoa utiliza o peso do próprio corpo para realizar movimentos, quando se desequilibrou e bateu no vidro.
O arquivamento foi um pedido do Ministério Público, feito em 25 de julho e acolhido pelo Poder Judiciário no dia 1º de agosto.
No entendimento do MP, a conduta do dono da academia não foi irregular nem negligente, já que o laudo pericial atestou que não existe regulamentação ou fiscalização que determine parâmetros mínimos na distância entre equipamentos e janelas em academias. Após a perícia, o IGP havia inclusive sugerido que fosse criada uma regra básica nesses casos, relata o MP.
A promotoria também pediu a extinção da punibilidade dos outros quatro indiciados porque as decisões deles sobre o prédio teriam sido tomadas há mais tempo do que o necessário para a prescrição do crime de homicídio culposo, que é de 8 anos, conforme o Código Penal.
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A RBS TV e o g1 entraram em contato com a defesa do dono da academia mas não obtiveram retorno até a última atualização desta reportagem.
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Instalação de vidro inadequado
A perícia constatou que ocorreu instalação de vidro inadequado, com espessura de 4 mm e que não oferecia resistência. Também foi identificado que o aparelho de exercícios estava disposto a 70 cm de distância da parede de vidro.
“A morte da vítima ocorreu pela junção de dois fatores. A proximidade demasiada do aparelho de musculação em relação à parede de vidro, razão pela qual, quando a vítima caiu do equipamento, foi projetada diretamente contra o vidro. E a instalação de vidro inadequado, quando da construção do edifício, em desrespeito às normativas legais”, concluiu o delegado do caso.
De acordo com o delegado, a perícia não esclarece se o que causou a queda foi um mal súbito ou desequilíbrio. “Tais circunstâncias não seriam passíveis de observação, pois não deixam vestígios”, explica.
O resultado de exame de sangue coletado da vítima está pendente. O material analisado vai verificar se houve possível uso de alguma medicação.
Quem era Denise
Natural de Caxias do Sul, Denise tinha 45 anos, era solteira e trabalhava como tecelã em uma fábrica de tecidos. Ela ajudou a criar, junto da mãe, já falecida, o sobrinho Guilherme Oliveira, hoje com 25 anos.
“Era a pessoa mais especial do mundo pra mim. Eu morei com ela desde os seis meses, a minha vida inteira eu passei com ela, tudo que eu sei foi ela quem me ensinou, tudo que eu sou hoje é graças a ela e minha mãe (…) O que a família tá sentindo agora é fora do normal”, conta Guilherme.
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