
Bolinhas pretas foram encontradas em copo de funcionária de clínica e na lata de lixo em Rio Preto (SP)
Arquivo pessoal
O laudo pericial confirmou que as bolinhas pretas encontradas no fundo do copo da funcionária de uma clínica em São José do Rio Preto (SP) eram chumbinho. A mulher precisou ser internada após beber a água.
Conforme o boletim de ocorrência, Ana Cecília de Lima Brussi chegou para trabalhar no dia 16 de janeiro deste ano, encheu o copo com água e o deixou em cima da mesa. Em seguida, saiu para pegar documentos, e, ao voltar, bebeu o líquido. Ela afirmou à polícia que, imediatamente, sentiu um gosto amargo.
📲 Participe do canal do g1 Rio Preto e Araçatuba no WhatsApp
Dentro do copo, a funcionária encontrou bolinhas pretas no fundo. Ainda no relato à polícia, Ana disse que chegou a vasculhar o lixo da cozinha da clínica junto da funcionária da limpeza, e que as duas encontraram um frasco com bolinhas pretas semelhantes às que estavam no copo.
Cerca de 40 minutos depois de beber a água, Ana teve dores de barriga e ânsia de vômito. Ela recebeu atendimento médico na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Norte, onde fez os exames toxicológicos de sangue e de urina. No dia seguinte, recebeu alta médica, mas ficou 25 dias afastada do trabalho.
Ao g1, Ana lembrou os momentos de medo e apreensão ao voltar a trabalhar na clínica. “Quando saiu o laudo, eu chorei bastante, primeiro pelo livramento e agradecimento a Deus, e, ao mesmo tempo, pelas minhas filhas e minha família”, relembra Ana.
Segundo ela, uma médica e as demais funcionárias dela deixaram o local às pressas, no dia seguinte, sem dar explicações.
LEIA MAIS:
ELETROCUTADO: Funcionário morre enquanto fazia a descarga de peixes de caminhão em Rubineia
MORDIDA: Criança é mordida por sagui dentro de Parque Ecológico no interior de SP e recebe medicação errada em UPA
AGRESSÃO: Polícia investiga agressão de funcionárias contra menino com autismo em creche municipal
Após o caso, o patrão da vítima instalou câmeras de segurança na clínica para tentar garantir mais tranquilidade no retorno dela ao trabalho. Ana também relatou que vem passando por acompanhamento psicológico.
“Foi algo surreal que eu vivi. O que mais me machuca é a sensação de impunidade por uma tentativa de homicídio”, lamentou Ana.
A Polícia Civil está investigando o caso como tentativa de homicídio. Até a publicação desta reportagem, ninguém havia sido preso.
Chumbinho foi identificado no copo de funcionária em Rio Preto (SP), conforme o laudo pericial
Arquivo pessoal
Ana Cecília de Lima Brussi relatou os sintomas após beber água com bolinhas pretas em Rio Preto (SP)
Ana Cecília de Lima Brussi/Arquivo pessoal
🔍 Chumbinho
Chumbinho é o nome usado para se referir ao pesticida conhecido como aldicarbe, que tem forma de grãos de cor cinza-escura ou grafite, lembrando assim o chumbo – daí o nome.
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) , o aldicarbe é um composto químico altamente tóxico que pertence à classe dos carbamatos. Representa um sério risco para crianças, animais de estimação e outros seres humanos que entrem em contato com ele.
No Brasil, o chumbinho ficou conhecido como ‘veneno de ratos’. Afinal, é usado como pesticida, como isca para animais indesejados, principalmente roedores.
A comercialização do chumbinho está proibida no Brasil desde 2012, por ordem da Anvisa. Segundo a agência, a decisão foi necessária na época devido ao seu uso irregular e indiscriminado, tanto para envenenar roedores e outros bichos quanto para provocar abortos, homicídios e suicídios.
Confira os destaques do g1
g1 em 1 minuto: suspeito confessa ter matado estudante trans da Unesp
Palavras cruzadas, ‘Sudoku’ e desafios de lógica: como os jogos ajudam a estimular o raciocínio e fortalecer o cérebro
Suspeito confessa ter matado estudante trans da Unesp, escondido corpo e destruído celular da vítima, diz polícia
Veja mais notícias da região no g1 Rio Preto e Araçatuba
VÍDEOS: confira as reportagens da TV TEM