Em Oriximiná, comunidades celebram acordos de pesca e participam de ações de educação ambiental


Atividade na comunidade Ajará, no Lago Sapucuá
Divulgação
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade do Pará (Semas) promoveu, no fim da semana passada, oficinas voltadas à sustentabilidade e ao fortalecimento da gestão participativa dos recursos pesqueiros no município de Oriximiná, na Região de Integração Baixo Amazonas, oeste paraense.
✅ Clique aqui e siga o canal g1 Santarém e Região no WhatsApp
A ação, realizada por meio da Secretaria-Adjunta de Gestão e Regularidade Ambiental (Sagra), envolveu os acordos de pesca do Lago Sapucuá e Paraná de Matapi, assim como do Igarapé Nhamundá e Boca dos Currais, e integra a implementação do Programa Regulariza Pará, em parceria com a empresa Hidrovias do Brasil.
A moradora da comunidade de São Sebastião, Israele Silva, destacou a importância do diálogo com as comunidades.
“A importância do Acordo de Pesca na nossa comunidade é que já podemos ver um avanço significativo na quantidade de peixes. Também percebemos a diminuição da pesca predatória no nosso território. As placas de sinalização foram fundamentais para essa mudança, ajudando a reduzir esse tipo de pesca. Estamos muito felizes por termos recebido essa equipe, que realizou um trabalho de educação ambiental conosco, para que possamos entender melhor o Acordo de Pesca, compreender nossos direitos e deveres. Agradecemos a presença de todos”, disse Israele.
Política sustentável
A campanha realizou uma série de atividades voltadas à educação ambiental, formação de monitores dos acordos, capacitação dos pescadores para o automonitoramento da pesca, levantamento socioeconômico das comunidades envolvidas e consolidação da implantação da sinalização nas áreas acordadas.
“Tornar uma política pública efetiva, estável e sustentável a longo prazo exige um exercício contínuo de implementação, com participação ativa dos pescadores artesanais, destinatários diretos da política estadual de acordos de pesca. Perceber o envolvimento da comunidade nesta construção é essencial para o equilíbrio de uso dos recursos, sustentabilidade da bioeconomia ribeirinha e efetividade do ordenamento pesqueiro”, afirmou o secretário-adjunto da Semas, Rodolpho Zahluth Bastos.
Oficina na Comunidade Aimin, no Lago Sapucuá
Divulgação
No território do Lago Sapucuá e Paraná de Matapi, as equipes técnicas visitaram dez comunidades: Aimim, Castanhal, São Pedro, Boa Nova, Saracá, Casinha, Vila Ribeiro, Amapá, Curral Velho e Ajará. Nessas localidades, foram promovidas reuniões com os comunitários para apresentar os objetivos dos acordos, esclarecer as regras vigentes e alinhar as próximas etapas da campanha.
Autonomia
Durante a ação, começou o processo de formação para o automonitoramento da pesca, que consiste no registro, pelos próprios pescadores, de dados sobre embarcações, petrechos utilizados, espécies capturadas, quantidades, tamanhos, consumo e comercialização dos peixes. O monitoramento será realizado ao longo de 12 meses, e contará com a atuação de um grupo de monitores locais, já formado durante esta etapa.
Outro destaque foi a entrega de placas de sinalização dos acordos de pesca, com a definição das áreas prioritárias para instalação das demais sinalizações nas próximas semanas. A Semas também entregou uma lancha à Associação das Comunidades das Glebas Trombetas e Sapucuá (ACOMTAGS). No total, 108 pessoas participaram das atividades no território do Lago Sapucuá.
Reunião de técnicos da Semas com lideranças na ACOMTAGS
Divulgação
Coordenador organizacional dos Acordos de Pesca em Oriximiná e diretor administrativo da ACOMTAGS, Emerson Carvalho da Silva ressaltou que os acordos resultam da mobilização democrática das comunidades, agradeceu o apoio da Semas e destacou a importância da formação em educação ambiental para agentes comunitários, visando ao fortalecimento das ações em todas as comunidades envolvidas.
“Esse apoio que estamos recebendo hoje é fruto da luta coletiva das comunidades, que construíram os acordos de pesca de forma democrática e participativa. A entrega dos kits e da lancha representa um avanço importante, mas também reforça nossa responsabilidade de continuar formando nossos agentes ambientais comunitários. A educação ambiental é fundamental para garantir a sustentabilidade dos nossos territórios”, afirmou Emerson Carvalho da Silva.
Vistoria
Já no acordo de pesca do Igarapé Nhamundá e Boca dos Currais, além das atividades educativas e formativas, foram realizadas vistorias técnicas nas placas instaladas no primeiro semestre deste ano, mobilizando 54 pessoas nesta etapa.
Reunião na comunidade Boca dos Currais – igarapé Nhamundá
Divulgação
O morador da comunidade de Santa Cecília, Arilson Farias, um dos monitores do Acordo de Pesca, comentou que o monitoramento é uma forma de prevenir irregularidades.
“Fiquei feliz em ver nossos apoiadores da Semas aqui com a gente, colaborando no nosso trabalho. Aprendi muitas coisas com as atividades que realizamos aqui no Instituto. Sou um dos monitores e, a partir de agora, vamos repassar mais informações para a Semas. É importante ter esse monitoramento porque é essencial estarmos atentos, ouvindo e observando possíveis invasores, além de orientar os comunitários que estiverem em situação irregular”, acrescentou o morador.
VÍDEOS: Mais vistos do g1 Santarém e Região
Adicionar aos favoritos o Link permanente.