Cérebro reage com defesa imunológica só de ver pessoas doentes se aproximando, diz pesquisa


Pesquisa analisou que quando pessoa com sinal de doença se aproxima, isso ativa áreas de defesa no cérebro
Reprodução
Pesquisadores descobriram que o cérebro ativa células imunológicas imitando a resposta a uma infecção real apenas ao ver alguém doente se aproximando.
O estudo foi conduzido por cientistas da Universidade de Lausanne, na Suíça, em parceria com outros institutos, e publicado na revista Nature Neuroscience na útlima semana.
O sistema imunológico humano reage rapidamente a infecções, mas nem sempre com velocidade suficiente para evitar o contágio. O que os pesquisadores queriam entender era quão cedo o corpo percebe o risco e começa a reagir.
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Como foi feito o estudo
Na pesquisa, voluntários saudáveis usaram óculos de realidade virtual que mostravam avatares em dois grupos: alguns com sinais de doença, outros sem.
Os 248 participantes foram divididos em dois grupos:
🧠 Um grupo viu os avatares;
🧠 O outro não viu os avatares, mas recebeu uma vacina contra a gripe, representando uma exposição real a um patógeno.
Ao todo, foram realizados cinco experimentos enquanto os participantes eram monitorados por eletroencefalograma.
Nos testes, os voluntários viam rostos com expressão neutra, doente (como com erupções na pele) ou com medo. Se sentissem um toque no rosto ao ver o avatar, deveriam apertar um botão.
O que se observou foi que, ao ver avatares com sinais de doença, os participantes pressionavam o botão quando os rostos ainda pareciam distantes — mais do que quando viam expressões neutras ou de medo.
O que os pesquisadores descobriram
Eles descobriram que a aproximação de um avatar doente ativava áreas do cérebro ligadas à percepção do espaço pessoal (a região ao redor do corpo). Em seguida, houve um aumento na atividade da “rede de saliência” do cérebro, responsável por reconhecer e responder a ameaças.
🧠 Essa atividade cerebral desencadeou um aumento na frequência de células linfoides inatas, que fazem parte da primeira linha de defesa do corpo.
Exames de ressonância magnética funcional (fMRI) confirmaram os achados. Quando os avatares doentes apareciam, havia uma conexão maior entre essa rede cerebral de detecção de ameaças e o hipotálamo — região fundamental para a regulação do organismo.
🧠 E mais: exames de sangue ainda mostraram que a resposta daqueles que viram os avatares com sinais de doença foi semelhante aos daqueles que tomaram a vacina. Ou seja, que realmente tiveram a exposição.
Segundo os pesquisadores, os resultados mostram a agilidade da resposta imunológica. Mas mais estudos ainda são necessários para entender como esse reconhecimento visual pode ajudar na proteção contra doenças.
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