Após ter perna amputada, peru de estimação ganha prótese feita por impressora 3D no interior de SP


Peru de estimação ganha prótese para perna amputada em Fernandópolis
Um peru de estimação que teve a perna amputada após brigar com um galo ganhou uma prótese feita por impressão 3D em Fernandópolis (SP). O trabalho foi desenvolvido gratuitamente por uma empresa especializada em parceria com veterinários de uma faculdade do município.
Um vídeo mostra o projeto digital da prótese, o processo de impressão e como os alunos a instalaram no animal. Atualmente, o peru Roberto já consegue dar pequenos passos e vive um processo de adaptação para ter mais conforto e segurança. Antes, precisou passar por testes e tirou as medidas para o desenvolvimento da peça. Assista acima.
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Roberto foi operado no dia 27 de maio e teve alta no dia 1º de julho. Ele está com os tutores e precisa ser levado periodicamente ao Hospital Veterinário (HV) da universidade até estar totalmente adaptado.
Roberto Araraki, peru de estimação da Alessandra, de Fernandópolis (SP), recebeu uma prótese para sua perna amputada
Edner Branco/Arquivo pessoal
Briga com galo
O peru Roberto, ou melhor, Roberto Arakaki, porque carrega até o sobrenome da família, tem a professora Alessandra Bartheman Arakaki, de 43 anos, como tutora. Ela conta que a rotina da ave é a mesma de um pet.
“Eu o comprei em uma casa de ração, ele estava numa gaiola bem pequena e o levei para a chácara. A gente deixa ele no sol e, como deu uma esfriada, ele dorme dentro de casa. Sempre quando faço as fichas dele, é sempre Roberto Arakaki. Um peru branquinho, bem bonzinho”, descreve.
O acidente que levou à amputação da perna, segundo a tutora, foi uma briga com um galo. “Esses tempos atrás um galo brigou com ele lá e bateu, cortou a pata dele. Aí eu levei lá para a universidade e eles amputaram a perna”.
Perna do peru Roberto precisou ser amputada após um galo da chácara de Alessandra brigar com ele
Edner Branco/Arquivo pessoal
Por conta da amputação, a própria universidade entrou em contato com Alessandra e ofereceu a possibilidade da prótese. Com o consentimento da tutora, a Universidade Brasil de Fernandópolis procurou a empresa Tech Print Solutions de Estrela D’Oeste (SP) para fazer o molde e, posteriormente, a impressão da peça.
Segundo o professor Junior Soares, responsável pelo setor de animais exóticos do Hospital Veterinário da faculdade, a iniciativa de criar a prótese está relacionada ao fato do peru ser uma ave praticamente terrestre.
“Isso é muito complicado. Nós temos uma ave que caminha muito e pesa seis quilos, o que pode gerar problemas no curto prazo ao andar sobre uma pata só”, explica.
Prótese do peru Roberto precisou de ajustes; agora é hora da adaptação com ela
Edner Branco/Arquivo pessoal
Integrante da equipe do HV há três anos, essa é a primeira vez em que o profissional recebe a demanda de uma proposta de prótese. “As próteses 3D são uma novidade. Tudo é muito novo e muito pioneiro quando consideramos a prótese e o projeto”, afirma.
“É sempre muito prazeroso quando nós temos um projeto e conseguimos contar com o apoio de outras áreas, como os engenheiros da empresa de tecnologia. Nós estamos extremamente felizes por mostrar que a veterinária, em especial a medicina veterinária de animais exóticos, tem esse potencial de abraçar áreas, de colocar todo mundo em um grande guarda-chuva para alcançar um bom resultado e ver o seu trabalho funcionar”, complementa.
Peru Roberto e a prótese na perna que precisou ser amputada
Edner Branco/Arquivo pessoal
Impressão 3D
Os responsáveis pela impressão da prótese do Roberto são Pedro Jurkevicius Vieira Sanches Neto, de 23 anos, e Amanda Luiza da Costa Jurkevicius, de 22 anos. Eles trabalham com modelagem 3D e fabricação de artigos plásticos com essa tecnologia.
Segundo eles, o projeto começou com a ideia, discussões produtivas, coleta de medidas e de informações sobre o animal. Depois, começaram a desenvolver o projeto 3D, com a fabricação de protótipos para testar as medidas, ajustes e possíveis alterações.
Projeto digital da prótese do peru Roberto, de Fernandópolis (SP)
Arquivo pessoal
Com a experiência adquirida, eles esperam expandir a fabricação de próteses e criar outras opções que possam oferecer mais conforto e mobilidade a animais amputados.
“Fomos até a faculdade conversar sobre o projeto, ideia, planejamento e o produzimos sem nenhum custo para a faculdade ou para o dono do animal. Pretendemos desenvolver próteses para outros tipos de animais, como uma cadeira com rodinhas para cachorros que não têm o movimento das pernas”, adianta.
*Colaborou sob a supervisão de Eric Mantuan
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