Procissão das Sanfonas: evento chega a 17ª edição com participação do neto de Luiz Gonzaga; veja imagens
Vitória Bacelar/g1
A 17ª edição da Procissão das Sanfonas acontece na tarde desta sexta-feira (1º) em Teresina. O evento reúne sanfoneiros e admiradores da cultura nordestina e se tornou patrimônio cultural imaterial do Piauí em maio deste ano.
A procissão homenageia principalmente a vida e obra do sanfoneiro pernambucano Luiz Gonzaga, conhecido na música popular brasileira como “Rei do Baião”. Ao longo de meio século de carreira, ele deixou 44 discos de vinil e levou a identidade nordestina para o país inteiro.
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O cantor e compositor Daniel Gonzaga, neto do artista, vai participar do evento. Além de celebrar a memória do avô, ele também quer homenagear o pai Gonzaguinha, que completaria 80 anos em 2025.
“Meu pai me ensinou a vida. Tinha um toque amoroso, às vezes um pouco mais ríspido. Ele foi embora quando eu tinha 16 anos e, até hoje, quando dirijo pelas estradas e estou em cima do palco, lembro dos ensinamentos valiosos dele”, disse à TV Clube (assista abaixo).
Segundo a organização, o evento reúne cerca de 50 sanfoneiros, que se concentraram às 15h na Catedral de Nossa Senhora das Dores, na Praça Saraiva, para a tradicional bênção das sanfonas.
Os músicos iniciam o desfile pelo calçadão da Rua Simplício Mendes, no Centro de Teresina, com destino ao Museu do Piauí. O encerramento conta com apresentações culturais abertas ao público.
Procissão das Sanfonas: evento chega a 17ª edição com participação do neto de Luiz Gonzaga; veja imagens
Vitória Bacelar/g1
Sanfona: elo entre passado e futuro
O professor e idealizador do evento Wilson Seraine, que pesquisa e divulga o legado de Luiz Gonzaga há 20 anos, conta que a ideia de realizar a procissão surgiu durante uma conversa com outro pesquisador da história do artista.
“Em 2007, em uma conversa despretensiosa com o memorialista gonzaguiano Reginaldo Silva, disse-lhe que tínhamos que fazer alguma coisa no dia 2 de agosto, data do falecimento de Luiz Gonzaga. Muitas pessoas só faziam a missa ou alguma celebração religiosa”, lembra Wilson.
“Falei que Gonzaga era um homem festeiro. Aí, veio a ideia da Procissão das Sanfonas”, aponta o professor, que organizou a primeira edição do evento em 2008, quando o encerramento ocorreu na Praça do Liceu.
Wilson aponta ainda que, a cada edição, cresce o número de jovens sanfoneiros que se juntam ao cortejo. Para ele, isso comprova que a sanfona não é um instrumento do passado, mas “peça fundamental para o futuro da música nordestina”.
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