Produtores de café são afetados pelo tarifaço de 50% em Bragança Paulista, SP


Exportadores de café de Bragança Paulista já sentem impacto do tarifaço
O ‘tarifaço’ imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, passa a valer oficialmente em agosto, mas produtores de café do interior de São Paulo já têm sentido os impactos da medida.
Em Bragança Paulista – cidade que fica a 87 km da capital paulista –, os produtores apontaram que a tarifa de 50% na exportação do produto tem afetado a produção.
“É um momento onde o cafeicultor precisa se monetizar para dar continuidade ao café. A safra vindoura depende agora dessa entrada de dinheiro. Isso, para nós, é um golpe muito sério”, disse o cafeicultor José Oscar Ferreira Cintra.
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Os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que Bragança Paulista tem uma produção anual de 600 toneladas de café, com um valor estimado de quase R$ 9 milhões. Do total exportado, mais da metade vai para os Estados Unidos.
Atualmente são cerca de 30 produtores, sendo que a maioria deles é de pequeno e médio porte. Praticamente todos eles já estão sendo afetados, mas a orientação é que eles devem esperar novas movimentações do mercado internacional para tentar encontrar outros compradores em grande escala.
Nesta quarta-feira (30), uma reunião do Conselho Municipal de Agricultura de Bragança Paulista traçou planos para fortalecer o setor do café, sendo que o turismo foi um dos caminhos cogitados, segundo o secretário municipal de Agronegócios, Leonardo Godoi Paes.
“A rota do café vem conquistando muita gente. As fazendas que são históricas e as histórias aqui da nossa região vêm conquistando muita gente. Aí utiliza essa estrutura das propriedades, que são antigas e bem aconchegantes, para poder contar a história de Bragança e a história do café da nossa região”, explicou.
Segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o objetivo agora é focar na negociação da redução da tarifa, já que o Brasil continua sendo o maior produtor e exportador do produto.
“Se o Brasil é 33% no mercado norte-americano, esse que agrega tanto valor graças à indústria do café por lá, a Colômbia representa 20%, o Vietnã 8% e Honduras 7%, ou seja, nossos concorrentes de café arábica já exportam e já não possuem mais cafés disponíveis porque têm acesso a outros mercados. O Brasil vai seguir exportando, o Brasil é insubstituível, da mesma forma que os Estados Unidos também é insubstituível”, explicou Marcos Matos, diretor-geral do Cecafé.
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Reprodução/TV Globo
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