
Jovem levou mais de 10 pontos no pé após ser atacada por cachorro em Itapetininga (SP)
Ana Júlia Teixeira/Arquivo pessoal
Uma jovem de 23 anos ficou ferida após ser atacada por um cachorro enquanto passeava com sua cadela, no Centro de Itapetininga (SP). O caso aconteceu no dia 16 de julho, mas só se tornou público há poucos dias, depois que a vítima conseguiu se recuperar dos machucados e relatar o que passou nas redes sociais.
Ana Júlia Teixeira Santos estava com a cadela de porte médio quando o cachorro avançou. Ao tentar proteger o animal, ela foi mordida diversas vezes e precisou levar mais de dez pontos no pé por conta de uma lesão exposta. “Senti muita dor, fiquei em choque. Nos primeiros dias, eu mal conseguia conversar ou pegar no telefone”, contou ao g1.
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“Na hora, eu já sabia que ele ia vir para atacar e só pensei na minha cachorrinha, eu tentei salvar ela. O meu desespero foi em querer salvar ela, ergui ela para cima, foi na hora que ele pegou no meu braço. Depois, ele grudou na minha mão, foi horrível.”
O ataque aconteceu próximo à Rua Bernardino de Campos, no Centro. A jovem precisou escalar um portão de grade para tentar se livrar do animal. “Conforme eu fui escalando a grade, ele foi me puxando, foi a hora que ele conseguiu pegar no meu pé… Nunca imaginei passar por isso, eu pedia socorro, gritava.”
Pesando aproximadamente 45 quilos e com 1,50 metro de altura, Ana Júlia reforça que a dor foi ainda maior por ela ser pequena. “Eu senti muita dor, não sei nem explicar o tamanho da dor…”, ressalta.
Jovem fica com diversas lesões após ser atacada por cachorro em Itapetininga (SP)
Ana Júlia Teixeira/Arquivo pessoal
Tumulto
O animal só parou de atacar a jovem após outro morador bater na cabeça dele com um pedaço de ferro, fazendo-o desmaiar. “Eu lembro que as pessoas falavam: ‘Pode descer’, mas eu estava com muito medo de ele grudar de novo.”
Devido ao ataque, Ana Júlia ficou com ferimentos expostos, principalmente no pé, e precisou levar mais de dez pontos. Além disso, teve lesões no cotovelo, braço e mão. Os moradores acionaram o resgate, que levou a vítima ao pronto-socorro.
“Não consigo tomar banho, não posso levantar, meu pé está super inchado. Graças a Deus que ele não pegou no rosto.”
Segundo a vítima, o tutor do cachorro apareceu no local do ataque e disse que o animal havia escapado da casa quando ele não estava. Em seguida, ele saiu à procura do cachorro e viu toda a movimentação.
A recuperação de Ana Júlia deve durar aproximadamente três meses. Neste período, ela precisa ficar de repouso, e, por isso, a designer de sobrancelhas deixou as clientes informadas sobre o que aconteceu a partir de um post em uma rede social.
“Eu sei que a culpa não é do cachorro, nem um pouco. Lógico que eu vou ficar traumatizada, estou bem chateada, estou sem trabalhar… Mas fica o alerta para as pessoas tomarem cuidado, prestarem mais atenção na hora de fechar o portão”, finaliza.
Assim que estiver recuperada, Ana Júlia pretende prestar queixa do ocorrido. Segundo a vítima, o tutor do outro animal está colaborando com a família. O g1 não conseguiu contato com ele até a última atualização desta reportagem.
Ana Júlia foi atacada por cachorro após tentar salvar cachorrinha em Itapetininga (SP)
Ana Júlia Teixeira/Arquivo pessoal
Orientações veterinárias
A veterinária Juliana Sonoda, de Itapetininga, lista algumas orientações importantes que os tutores de animais de grande porte devem seguir para evitar esse tipo de situação.
“É reforçar sempre a segurança, principalmente se houver criança ou outros animais na residência. Colocar grades e portões internos e, às vezes, até colocar áreas reservadas.”
Outro ponto importante, reforçado pela veterinária, é a socialização do animal a partir do adestramento. “É bem positivo para garantir um comportamento mais equilibrado desses animais. E ter supervisão constante, mesmo que o cão seja dócil.”
Animais de grande porte, como pitbull e rottweiler, podem atacar pelo instinto de caça, segundo a veterinária. “Às vezes, ele nunca conviveu com outros animais pequenos, aí ele pode querer caçar. Outro fator pode ser uma reação territorial, de dominância mesmo. Então, com o treinamento adequado, eles convivem muito bem com outros animais.”
Confira algumas dicas da veterinária:
Usar equipamentos de segurança, como focinheira e guia resistente com “mosquetão firme”;
Evitar possíveis situações imprevisíveis, como soltar o cachorro em locais públicos – prática muito comum, conforme a veterinária;
Evitar estímulos negativos, como brigas, punições severas ou falta de rotina;
Ter passeios regulares para gastar energia e evitar frustrações do animal;
Se possível, fazer adestramento profissional, com reforço positivo, desde filhote.
Juliana Sonoda destaca outra dica essencial, em caso de ataque de cães, independentemente do porte: “Ao ter um ataque, uma das coisas que a gente tem que fazer é tentar levantar as pernas traseiras. Se você levantar as duas pernas do cachorro, ele perde o equilíbrio e isso faz com que, muita vezes, ele solte.”
Orientações médicas
Em nota, a Prefeitura de Itapetininga, por meio da Secretaria de Saúde, informou quais são os cuidados necessários aos pacientes que forem vítimas de ataques de animais, sejam domésticos ou silvestres.
No caso do ataque de animal doméstico, como cão e gato, os primeiros socorros devem ser feitos a partir de lavar o ferimento com água e sabão, além de procurar atendimento médico imediato.
Além disso, o paciente pode receber algumas vacinas e tratamentos específicos, conforme a orientação médica (confira abaixo), o que inclui observar o animal por dez dias (se possível), para descartar a possibilidade de contaminação de raiva, e ter o esquema vacinal, quando indicado.
Vacina antirrábica;
Soro antirrábico: em feridas graves e risco alto;
Antitetânica: se estiver com vacina desatualizada;
Antibióticos: em feridas profundas ou infectadas;
Analgésicos/anti-inflamatórios, conforme avaliação médica.
Já em casos de ataque de animal silvestre, como morcego, macaco, raposa, roedores e afins, a Secretaria de Saúde alerta para não tentar capturar o animal e procurar atendimento médico com urgência, em casos de:
Ferimentos profundos ou extensos;
Ataques em mãos, rosto ou cabeça;
A vítima é criança, idoso ou imunossuprimido;
Animal com comportamento agressivo, anormal ou doente;
Animal desaparecido ou de origem desconhecida.
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