
Irfaan Ali, presidente da Guiana, e Nicolas Maduro, presidente da Venezuela
Federico Parra, Keno George/ AFP
O presidente da Guiana, Irfaan Ali, manifestou nesta segunda-feira (1º) seu apoio à mobilização militar dos Estados Unidos no Caribe, enquanto Caracas o acusava de tentar fomentar uma “frente de guerra” pelas denúncias de um suposto ataque da Venezuela contra uma embarcação guianesa.
O apoio de Ali chega um dia depois de seu governo denunciar “disparos” vindos da Venezuela contra a embarcação que transportava material para as eleições gerais desta segunda-feira.
“Apoiaremos tudo o que eliminar qualquer ameaça à nossa segurança, não apenas em termos de soberania (…). Devemos nos unir para combater o crime transnacional, para combater o narcotráfico”, declarou à imprensa após votar nas eleições gerais da Guiana.
“Sempre afirmamos repetidamente que esta região deve continuar sendo uma zona de paz, e faremos todo o possível para garantir que continue sendo uma zona de paz e apoiaremos todos os esforços para garantir que continue sendo uma zona de paz”, enfatizou.
Paralelamente, em Caracas, o ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino López, acusou a Guiana de tentar “criar uma frente de guerra” por meio de falsidades.
“Ontem (domingo) vimos um comunicado do governo da República Cooperativa da Guiana (…) tentam criar uma frente de guerra (…) isso não passa de uma ‘fake’ (falsidade)”, disse Padrino López.
Segundo a Guiana, a embarcação alvo do ataque seria uma lancha-patrulha que transportava pessoal militar e policial para fazer a escolta de funcionários eleitorais.
“A patrulha respondeu ao fogo de imediato e conseguiu colocar a equipe de escolta fora de perigo. Nenhum membro do pessoal ficou ferido e nenhum material eleitoral foi danificado ou comprometido”, acrescentou a Guiana em um comunicado.
Padrino López também condenou as declarações do governo de Trinidade e Tobago sobre esse combate ao narcotráfico, empreendido pelos Estados Unidos, que inclui o envio de vários navios de guerra e um submarino de propulsão nuclear.
Em agosto, o governo do presidente americano, Donald Trump, aumentou para 50 milhões de dólares (R$ 271 milhões) a recompensa por informações que levem à detenção de Maduro, ao apontar seus supostos vínculos com cartéis do narcotráfico.
“Lamentamos profundamente o pronunciamento estéril, inútil, vassalo destes governos que têm ajudado a narrativa do imperialismo norte-americano lendo um comunicado redigido em Washington”, concluiu Padrino López.