Biotecnóloga comemora prêmio em concurso do Brics para startups lideradas por mulheres: ‘Vale a pena acreditar na ciência’


Estefânia Vangelie Ramos Campos conquistou a categoria Agricultura e Segurança Alimentar com a B.Nano Soluções Tecnológicas
Arquivo pessoal
Uma biotecnóloga de Sorocaba (SP) foi uma das vencedoras do Brics Women’s Startups Contest 2025, que premia startups lideradas por mulheres. Estefânia Vangelie Ramos Campos conquistou a categoria Agricultura e Segurança Alimentar no estágio “early stage” com a B.Nano Soluções Tecnológicas.
A startup da Unesp de Sorocaba, liderada por Estefânia, tem a missão de melhorar as práticas agrícolas. Para isso, utiliza a nanotecnologia e a química verde, desenvolvendo nanopartículas feitas de biopolímeros, substâncias de origem natural. Ao g1, a biotecnóloga reforça que a conquista tem um significado profundo na carreira e na vida pessoal.
📲 Participe do canal do g1 Sorocaba e Jundiaí no WhatsApp
“Ser escolhida entre mais de mil candidatas de 21 países me fez olhar para trás e lembrar de toda a trajetória até aqui, os desafios, as escolhas difíceis e até as renúncias pessoais que precisei fazer. Vencer esse concurso global mostra que vale a pena acreditar na ciência e empreender com propósito, mesmo quando o caminho parece incerto”, diz.
“Para mim, é também um símbolo de representatividade: mostra que mulheres cientistas brasileiras têm espaço para liderar soluções que impactam o mundo”, afirma.
O concurso foi promovido pela Aliança Empresarial de Mulheres do BRICS (WBA) e pelo Sebrae para incentivar o empreendedorismo feminino. A cerimônia de premiação foi realizada no Rio de Janeiro (RJ), entre os dias 5 e 7 de julho.
Estefânia conta que o processo de seleção das 18 startups finalistas foi rigoroso, com etapas de análise técnica e de impacto, com critérios como inovação, impacto positivo, capacidade técnica, viabilidade, entre outros. Além da B.Nano, outras oito startups brasileiras foram premiadas em diversas categorias.
Biotecnológa de Sorocaba (SP) participou da premiação no Rio de Janeiro (RJ)
Arquivo pessoal
“Foi uma experiência transformadora. Passei cinco dias intensos ao lado de 17 mulheres de diferentes países, cada uma com uma história e uma causa que me inspiraram profundamente. Mais do que uma competição, foi um encontro de culturas e sonhos. Estar nesse grupo já era uma vitória enorme, e poder representar a B.Nano no Rio de Janeiro foi um privilégio que me trouxe ainda mais confiança e clareza sobre o nosso propósito”, afirma.
LEIA TAMBÉM:
Mulheres protagonizam estudos e ações em prol da ciência no interior de SP
Segundo a biotecnóloga, além da visibilidade e credibilidade que o prêmio concede à B.Nano, ele também abre portas para parcerias e investimentos. A startup ganhará um laboratório próprio no Parque Tecnológico de Sorocaba, e busca ampliar a presença no mercado e fortalecer colaborações internacionais.
“Esse prêmio valida a nossa missão de transformar ciência em soluções sustentáveis para a agricultura. Queremos mostrar que a tecnologia criada no Brasil pode ser referência mundial. Esse reconhecimento nos dá ainda mais motivação para seguir crescendo e, ao mesmo tempo, inspirar outras mulheres a acreditarem que também podem liderar mudanças reais”, diz.
‘Sentimento de pertencimento’
Estefânia Campos realiza trabalhos de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias inovadoras, baseadas em nanotecnologia
Arquivo pessoal
Com sua extensa lista de trabalhos e pesquisas, Estefânia é uma das 100 mil cientistas mais influentes do mundo em 2024, de acordo com um estudo da Universidade de Stanford. A lista conta com 1.340 brasileiros e, destes, apenas 270 são mulheres, o que representa pouco mais de 20% do total.
Seu trabalho se concentra na agricultura, na qual utiliza a nanotecnologia para pesquisar e desenvolver soluções inovadoras, sustentáveis e eficazes na redução da emissão de substâncias.
Ela conta que, ao participar do concurso, teve a oportunidade de conhecer projetos de outras mulheres líderes em áreas diversas, como saúde, educação, energia e tecnologia, ampliando sua visão além da sua área de atuação.
“O que mais me marcou foi perceber o quanto temos em comum, apesar das diferenças culturais e de contexto. Todas nós carregamos a mesma vontade de transformar a realidade à nossa volta. Isso me trouxe um sentimento de pertencimento muito forte, de que não estou sozinha nesse caminho”, diz.
Biotecnóloga também é uma das mentes à frente da startup B.Nano, da Unesp de Sorocaba (SP)
Arquivo pessoal
Veja outros destaques do g1:
g1 em 1 minuto: Família faz trocadilhos com nome de bebê em ‘mesversários’ temáticos
Papa Bento, Chico Bento e São Bento: família faz trocadilhos com nome de bebê em ‘mesversários’ temáticos
Quilombo de Itararé: herança de forças e histórias de 26 famílias ecoam em cada canteiro
Veja mais notícias da região no g1 Sorocaba e Jundiaí
VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM
Adicionar aos favoritos o Link permanente.