Preso por Engano: Homem é confundido com foragido da Justiça e fica quase dois meses preso


José Carlos de Souza foi preso por engano, após um mandado de prisão expedido pela Justiça de Alagoas.
Reprodução/Arquivo pessoal
Um homem, de 52 anos, foi preso por engano, após um mandado de prisão expedido pela Justiça de Alagoas. José Carlos de Souza foi detido na Praça Sete, no centro de Belo Horizonte, no dia 31 de dezembro do ano passado.
Ele mesmo teria ido até a base da Polícia Militar para relatar que havia, equivocadamente, um mandado de prisão em seu nome. José Carlos ficou detido até o dia 25 de fevereiro, quando recebeu o alvará de soltura.
De acordo com a Defensoria Pública do estado de Alagoas, ele foi confundido com um foragido da Justiça identificado com o mesmo nome. Preso por tráfico de drogas e associação ao tráfico, o criminoso evadiu do sistema prisional após receber a progressão de pena para o regime semiaberto.
O órgão conseguiu comprovar uma série de inconsistências no processo. As investigações mostraram que havia divergências nos documentos de identidade, nas aparências e até mesmo nas assinaturas.
A suspeita é que o criminoso tenha utilizado um documento falso, o que ocasionou o erro.
Principais divergências
A Defensoria Pública identificou que o órgão expedidor das carteiras de identidade era diferente. José Carlos emitiu o documento em Minas Gerais, enquanto o foragido utilizou um documento do Espírito Santo.
Outra divergência apontada foi a aparência dos dois homens. José Carlos não possui qualquer semelhança com os registros fotográficos do foragido feitos pela Justiça. Haveria, inclusive, uma diferença notável de idade entre os dois.
Além disso, após uma série de análises, foi constatado que as assinaturas são completamente diferentes. O órgão comparou a assinatura de José Carlos em documentos de identificação com as feitas pelo criminoso ao longo do processo.
Liberdade e reparação
Diante das inconsistências apresentadas, o Ministério Público do estado de Alagoas concedeu o alvará de soltura a José Carlos em fevereiro deste ano. Na decisão, o órgão pediu alterações nos registros, a fim de evitar que o mesmo erro ocorra novamente.Também foi solicitada a apuração de um eventual crime de falsidade ideológica cometido pelo foragido.
Trauma psicológico
José Carlos está em acompanhamento psicológico desde março. Ele verbaliza frequentemente a sensação de não se sentir verdadeiramente livre e, ao transitar pelas ruas, demonstra preocupação e insegurança constantes.
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