Superlotação, fila de espera e atendimento precário: principais hospitais públicos de BH operam acima da capacidade


Dia após dia, pacientes de unidades de saúde de BH enfrentam os mesmos problemas
Pacientes relatam dificuldades para conseguir atendimento nos principais hospitais públicos e UPAs de Belo Horizonte. Nesta semana, a equipe da TV Globo percorreu várias unidades de saúde da capital e ouviu reclamações sobre recepções lotadas, falta de macas e espera de mais de 12 horas (veja vídeo acima).
No Hospital das Clínicas, Roberta Pereira contou que a mãe passou a noite em uma cadeira após a triagem, entre os dias 11 e 12 de agosto. “Só no dia 12, na parte da tarde, conseguiram uma maca, mesmo assim ela está num corredor com outros pacientes”, disse. Após a exibição da entrevista no MG1, ela conseguiu uma vaga e foi internada.
Outro acompanhante, que preferiu não se identificar, relatou que chegou na manhã da última segunda-feira (18) e esperou cerca de 12 horas por uma maca. “É muito serviço para as enfermeiras fazerem aqui, está superlotado o hospital. A quantidade de funcionário para essa quantidade de pessoas não dá”, afirmou.
Longa espera
A sobrecarga se repete em outras unidades de saúde da cidade. No Hospital Risoleta Neves, Paloma Chayene Wildes de Oliveira levou a prima para atendimento e reclamou da demora. “Foi pulseirinha amarela a classificação dela, mas até agora não chamou, e provavelmente a gente não deve sair daqui agora”, disse.
Na UPA Venda Nova, que está em reforma, a espera também foi longa. “Chegamos às 15h20 e fomos atendidos depois das 20h. Eu acho bem demorado!”, relatou a vendedora Siméia Cristina da Silva.
No Hospital Odilon Behrens, a aposentada Maurília Aparecida Gomes aguardava atendimento há quase cinco horas. “Não passei na triagem ainda não. Minha perna está dormente de tanto ficar sentada. Estou sem tomar meu remédio de diabetes”, relatou.
Na UPA anexa ao Odilon Behrens, os pacientes eram avisados logo na entrada: a espera passava de quatro horas. “Cheguei às 17h13. Quatro horas esperando atendimento”, disse Ângelo Gabriel do Carmo Souza.
Atendimento precário
No Hospital Júlia Kubitschek, Misleide de Jesus Mata relatou que a mãe, que sofreu um AVC, estava em uma cadeira por falta de maca. “Ela não se locomove. É muito triste ver essa situação”, lamentou.
Na UPA do Barreiro, a recepção estava lotada. A demora provocou protestos, e uma mulher chegou a acionar a Polícia Militar. “Meu marido está chorando de dor, gritando, tá desesperado, e ninguém faz nada”, disse Adriana Silva Barbosa, técnica de enfermagem.
‘Aumento de casos graves’
Segundo as direções dos hospitais citados na reportagem, o aumento de casos graves e a procura por atendimento de pacientes que poderiam ser buscar postos de saúde ajudam a explicar a superlotação. No entanto, as instituições garantiram que ninguém ficará sem assistência.
Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que de janeiro a julho atendeu cerca de 1,7 milhão de pacientes nas UPAs e nos centros de saúde.
Já a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) disse que acompanha de perto os indicadores hospitalares, que ampliou os leitos nas unidades da Fhemig e que vem aumentando os investimentos.
O vídeo abaixo fala sobre o fechamento temporário de leitos pediátricos no Hospital Infantil João Paulo II, que vai passar por reformas:
Leitos de CTI do hospital infantil João Paulo II foram fechados para reforma no prédio
Pacientes aguardando atendimento no Hospital Odilon Behrens
Reprodução/TV Globo
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