
Seca extrema em Fartura do Piauí: criadores estão vendendo animais para salvar rebanho
A seca que atinge cidades no semiárido do Piauí está preocupando e causando prejuízos aos moradores. Em Fartura do Piauí, agricultores não conseguem comprar água para consumo próprio e dos animais e relatam medo de perder rebanhos. Na cidade de São Raimundo Nonato, uma das maiores barragens da cidade ocupa somente 10% de sua capacidade.
Os dois municípios estão incluídos no alerta de estiagem do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), que reconheceu em maio a situação de emergência devido à seca em 126 cidades piauienses.
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Com a Lagoa da Fartura totalmente seca, os moradores de Fartura do Piauí dependem de caminhões-pipa para ter água. Cada carga custa cerca de R$ 1.200. Agricultores relatam dificuldades para manter os animais, segundo Rosileide Braga, secretária municipal de Agricultura.
“Aqui, plantamos milho, feijão e mandioca e esse ano não deu de jeito nenhum. A mandioca está totalmente perdida, pois sem chuvas ela não cresceu. Os criadores estão precisando vender os animais para que eles não morram de sede. Estão vendendo uns para socorrer os outros. Não choveu para criar pasto”, iniciou a secretária .
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Fartura do Piauí recebe apoio de 19 caminhões pipa para abastecer cerca de cinco mil moradores.
“Nós estamos sobrevivendo bebendo água de carro pipa. Na torneira não tem. Quem recebe um salário mínimo não tem condições de comprar água”, disse Rosileide.
Barragem tem 10% da capacidade em São Raimundo Nonato
A barragem Petrônio Portela, em São Raimundo Nonato, está com menos de 10% da capacidade. O reservatório, que pode armazenar até 180 milhões de metros cúbicos, tem apenas 20 milhões. Ele é responsável por abastecer 70% da cidade e outros seis municípios da região.
Com os reservatórios quase secos, o abastecimento depende de caminhões-pipa. São 25 veículos do Exército, seis do Governo do Piauí e sete da Prefeitura. Mesmo assim, a quantidade não é suficiente para atender toda a população.
O prefeito Rogério Castro (MDB) afirmou que, além da falta de água, o pouco que chega às torneiras está barrento.
“A situação é crítica. Nós vivemos o momento da pior seca. O Reservatório Petrônio Portela nunca teve sangria e é uma água salinizada, eutrofizada e de difícil tratamento. Nos últimos meses, ela tem saído nas torneiras em uma tonalidade verde, praticamente inutilizável. Mas é o que temos hoje”, disse o prefeito.
Ainda de acordo com o gestor, outra fonte de água para a cidade vem de poços profundos na região da Serra Branca. “São águas quentes e ferruginosas, também de difícil tratamento, mas também abastecem a cidade. Os dois sistemas são insuficientes e nós temos muitos pontos que estão em situação crítica”, completou o prefeito Rogério.
Rogério Castro também mencionou o projeto da Adutora da Serra da Capivara como possível solução para enfrentar a crise hídrica na região.
Seca afeta abastecimento de água em cidades no Piauí
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