
Graffiti tem voz: Residencial Mucajá recebe intervenção artística e vira galeria de artes
Trinta artistas se reuniram na sexta (15) e sábado (16) no conjunto habitacional, Mucajá, na Zona Sul de Macapá, para participar da terceira edição do projeto ‘Graffiti Tem Voz’ .
A iniciativa levou arte urbana do hip-hop aos muros da comunidade, com o objetivo de valorizar o espaço e promover transformação social, com a participação ativa dos moradores.
‘Grafitti tem voz’ reuniu artistas e a comunidade do habitacional Mucajá
Isadora Pereira/g1
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O evento contou com a presença de grafiteiros de diferentes regiões do país, incluindo três artistas de Florianópolis (SC). A artista ‘Sari’, completou o ciclo de grafitar em todos os estados brasileiros durante o projeto.
“É muito satisfatório poder viajar o Brasil levando minha arte. Aqui fui recebida com carinho e vi que o hip-hop também pulsa forte nessa comunidade. É super importante, estar trazendo a cultura para dentro da comunidade, tudo por nós, independente […] a força de vontade é o que faz acontecer”, disse.
Artista encerrou percurso nacional de grafite no Amapá
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A grafiteira fez uma arte com seu nome artístico, marcando sua presença na Região Norte e celebrando a força da cultura urbana local. Ela destacou o impacto do estilo como ferramenta de ocupação e transformação social.
“A mensagem central do grafite é a presença dos artistas na rua, a ocupação do espaço e a união, a amizade e a tinta é o que nos move”, finalizou.
Sari busca deixar a sua marca artística em todas em regiões do pais
Isadora Pereira/g1
O ‘Art’, grafiteiro amapaense de 19 anos, levou ao evento um personagem inspirado na estética dos vampiros, o que se tornou uma assinatura do artista, com elementos urbanos e cores vibrantes.
“Ela alegra o espaço, inspira as crianças. Um muro cinza vira uma parede cheia de cor e significado. Quem sabe alguém olha e pensa: um dia quero fazer isso também”, contou.
Vampiro de Art leva cores vibrantes e acessórios
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Art explicou sobre a ideia que teve para elaborar a arte. Ele disse que sempre busca dar um toque azul, que acaba se sobressaindo em meio às outras.
“Escolhi o azul porque é uma cor que sempre chama atenção. Em qualquer muro, ela se destaca. Quis fazer algo que tivesse a ver comigo, então coloquei óculos no personagem e fui adaptando ao meu estilo”, explicou.
Art vai finalizar a obra até o final do projeto ‘Graffiti tem voz’
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O produtor cultural e artista ‘Cotonete’, idealizador do projeto, destacou a importância de realizar o evento no Mucajá, primeiro conjunto habitacional do Amapá.
“A representatividade desse evento é surreal. O Mucajá sempre pediu revitalização. Trazer o grafite para cá é também um protesto, para que o poder público olhe para essa comunidade e veja a beleza que existe aqui”, contou.
Coordenador do projeto pede atenção para o conjunto Mucajá
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Conjunto habitacional Mucajá
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🤔 Qual a diferença entre grafite e pichação?
A pichação é considerada uma forma de vandalismo ou ato de rebeldia. Consiste em um estilo de escrita urbana com letras e símbolos que são rapidamente aplicados em paredes, monumentos e outras superfícies de difícil acesso. Veja um exemplo:
Arquivo/Rede Amazônica
O grafite ou ‘graffiti’ é visto como arte urbana, inclusive um produto artístico comercializável. No Brasil, esse movimento tem origens no período da ditadura, e é visto como uma forma de expressão artística elaborada.
Grafite é uma arte elaborada, com cores e formatos
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Os grafiteiros usam uma variedade de técnicas e estilos para criar obras de arte em paredes e outras superfícies urbanas, muitas vezes com a intenção de transmitir uma mensagem ou fazer uma declaração política ou social.
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