Motorista de aplicativo é agredido após negar corrida para casal com bebida alcóolica no litoral de SP


João ficou com hematomas das agressões e o carro dele ficou com marcas do chute em Santos (SP)
Arquivo Pessoal
Um motorista de aplicativo, de 29 anos, alega ter sido agredido após se negar a atender passageiros que estavam alcoolizados e queriam levar copos com bebida dentro do carro em Santos, no litoral de São Paulo. Ao g1, João Paulo Rodrigues Medina contou que levou chutes e socos de dois homens, que ainda atacaram garrafas de vidro em direção à cabeça dele.
“A gente sai para trabalhar todos os dias e, infelizmente, acaba sofrendo uma agressão dessa. Agora, eu fico com medo de trabalhar de madrugada”, lamentou João, que ainda sente queimação na vista e dor na cabeça por conta das agressões.
O crime ocorreu no Centro de Santos. Segundo o motorista, ele estava estacionado na Rua General Câmara para aguardar novas corridas na madrugada de domingo (10), pois havia deixado três passageiros nas proximidades.
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Em determinado momento, João foi abordado por um casal com copos de bebidas, aparentemente alcoólicas. A mulher perguntou se ele era motorista de aplicativo e poderia fazer uma corrida até o Centro de São Vicente. Ele disse que poderia, mas com a condição de que os copos fossem dispensados antes do embarque no veículo.
Logo depois, o companheiro dela, que estava alterado, foi até a janela do motorista questionar mais uma vez se ele faria a corrida. “Eu falei: ‘irmão, eu simplesmente falei para ela, com copo de bebida não dá para fazer. Ou esvazia, ou não dá’”, relembrou.
Segundo o motorista, o homem chutou a porta traseira o carro. João desembarcou do automóvel para questionar o motivo da atitude, já que não havia feito nada contra o casal. “Então, ele veio para cima de mim”, afirmou.
Conforme o relato, o suspeito queria desferir um chute em João, que conseguiu segurar a perna dele para evitar a agressão. “Só que, nessa que segurei, ele caiu no chão”, disse o motorista. Ele disse que foi surpreendido por um soco e um chute de um amigo do agressor, que apareceu no local.
Durante a confusão, o óculos de grau de João quebrou. Além disso, o carro dele foi alvo de chutes. “Conforme me bateram, meu óculos caiu no chão e pisaram, essas coisas. Ele quebrou todinho. […] Sem óculos, é difícil para enxergar”, afirmou o motorista, que tem miopia e astigmatismo.
Segundo o motorista, ele tentou esclarecer que não queria briga a todo momento, mas não foi ouvido. O homem caído levantou e partiu para uma série de agressões. Nessa hora, João começou a correr.
“Nunca fui de ficar brigando, eu sempre falo para minha esposa que prefiro ter paz do que razão. Minha mãe sempre me ensinou a ser tranquilo, conversar, então eu não estava ali em momento algum para brigar”, disse.
Enquanto algumas pessoas tentavam conter o agressor, ele jogou duas garrafas de vidro na direção do motorista. “Sai correndo, entrei para dentro do carro e comecei a acelerar”, contou João.
O motorista foi para casa, mas não conseguiu dormir. “Meu rosto estava latejando bastante e eu estava com muita dor de cabeça. Ainda estou com a lateral da cabeça dolorida, está bem ruim para dormir”, lamentou.
João Paulo Rodrigues Medina foi agredido por desconhecidos em Santos (SP)
Arquivo Pessoal
Consequências
De acordo com o motorista, ele trabalha com transporte de aplicativo há sete anos, mas nunca havia passado por situação parecida. Agora, teve o trabalho prejudicado, pois ainda sente dores e terá que procurar um atendimento oftalmológico.
“Minhas vistas estão toda hora queimando bastante, principalmente a esquerda”, revelou o homem, que registrou um boletim de ocorrência na delegacia eletrônica. Agora, João tenta identificar os agressores para que eles sejam responsabilizados e arquem com os danos.
SSP-SP
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que o caso foi registrado como dano e lesão corporal na Delegacia Eletrônica e encaminhado ao 1° DP de Santos. “A vítima foi orientada quanto ao prazo de seis meses para ofertar a representação criminal”.
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