
Identificação de mortos em explosão de fábrica de fábrica na Grande Curitiba deve demorar
Os trabalhos de identificação dos corpos dos nove funcionários vítimas da explosão da fábrica de explosivos, Enaex Brasil, deve demorar pelo menos 30 dias, segundo o secretário de segurança pública do Paraná, Hudson Teixeira, em coletiva realizada na noite de terça-feira (12).
“Nós estamos nos esforçando ao máximo, nossos laboratórios estão trabalhando com o material que foi coletado com os familiares. Eu não tenho uma data pontual pra passar, não descarto a hipótese de pedir ajuda a outro estado também para concluir isso o mais rápido possível, mas eu presumo que em menos de um mês nós não conseguimos terminar esses laudos”, disse.
O acidente aconteceu na manhã de terça-feira (12), em Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Sete pessoas ficaram feridas. Na manhã desta quarta-feira (13), o Corpo de Bombeiros retomou os trabalhados de buscas pelos corpos das vítimas.
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Ainda conforme Hudson, os corpos foram fragmentados por conta da energia da explosão e, por isso, será necessário realizar o comparativo de exame de DNA das vítimas com o material coletado das famílias. O procedimento está sendo feito pela Polícia Científica do Paraná.
As causas do acidente estão sendo investigadas pela Polícia Civil (PC-PR) e pelo Ministério Público do Trabalho no Paraná (MPT-PR).
Imagens internas da empresa Enaex
Corpo de Bombeiros
Quem são as vítimas
Em nota, empresa Enaex Brasil divulgou a identidade das vítimas que morreram. São elas:
Camila de Almeida Pinheiro;
Cleberson Arruda Correa;
Eduardo Silveira de Paula;
Francieli Gonçalves de Oliveira;
Jessica Aparecida Alves Pires;
Marcio Nascimento de Andrade;
Pablo Correa dos Santos;
Roberto dos Santos Kuhnen
e Simeão Pires Machado.
“Expressamos nossas mais sinceras condolências às suas famílias, amigos e colegas de trabalho. Outras 7 pessoas tiveram ferimentos leves, foram atendidas imediatamente e já estão com seus familiares em suas residências. As investigações das causas do acidente estão em curso. A Enaex Brasil permanece à disposição das autoridades a fim de contribuir para o esclarecimento do ocorrido. Novos comunicados serão publicados de forma ativa e transparente, conforme confirmações oficiais”, disse a empresa.
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Vítimas oraram antes do acidente
Por meio de imagens de câmeras de monitoramento da empresa, a delegada Géssica Andrade informou que as vítimas não estavam manipulando explosivos e se reuniram para fazer uma oração pouco antes do acidente.
As imagens não foram divulgadas pela polícia. Segundo a delegada, elas mostram ainda que as vítimas tinham acabado de chegar na empresa e se preparavam para a troca de turno.
“Os nove chegam para trabalhar, eles colocam o equipamento de segurança e se reúnem ali para fazer uma prece. É o momento em que a imagem é cortada e tem a explosão. Então, pelo que a gente pode analisar, eles não estavam manipulando nenhum explosivo naquele momento”, disse a delegada.
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Grande potencial destrutivo
Espécie de cratera foi formada onde aconteceu a explosão.
Corpo de Bombeiros
De acordo com o Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros Militar, Antonio Geraldo Hiller Lino, o material que provocou a explosão possui grande potencial destrutivo e ficou espalhado pelo terreno da fábrica, permanecendo dentro de invólucros. O material é analisado por especialistas do Esquadrão Anti-bombas de Curitiba.
O comandante também explicou que no local da explosão se formou uma espécie de cratera.
“Existem edificações circunvizinhas que tiveram a sua estrutura parcialmente colapsada, mas o que restou ali foi uma cratera com alguns escombros da edificação que lá estava”, disse o comandante.
O comandante ainda afirmou que a empresa estava regular em relação às normas de segurança contra incêndio, pânico e desastres do Corpo de Bombeiros.
Sobre a explosão
Imagens internas da empresa Enaex
Reprodução
O acidente aconteceu por volta das 5h50 da manhã em uma área de 25 metros quadrados que armazena material explosivo produzido pela fábrica. No momento do acidente, os explosivos estavam sendo preparados para transporte.
Não há informações sobre o que motivou o acidente.
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O que diz a Enaex
Em nota divulgada na terça, a Enaex Brasil lamentou o caso e informou que presta cuidados aos familiares das vítimas.
Disse, também, que possui diversas plantas e totaliza 1.300 colaboradores, mais terceirizados. A empresa informou que a explosão ocorreu em uma das plantas de acessórios de iniciação, e que a brigada da fábrica foi a primeira a atuar na situação.
“A empresa tem a vida como seu valor primordial e é reconhecida internacionalmente por suas práticas de segurança na fabricação de explosivos civis, com procedimentos que vão além das exigências regulatórias. […] A empresa atua na execução de um plano de contingência baseado em assegurar o devido atendimento às vítimas e seus familiares, para os quais expressamos nossos sinceros sentimentos, e prestamos solidariedade a todos os envolvidos nesta tragédia.”
Por fim, a nota esclarece que as investigações das causas do acidente foram iniciadas.
“Nesse momento nossa prioridade absoluta, portanto, é cuidar das pessoas e suas famílias – as quais estão acolhidas dentro das dependências da empresa. As investigações das causas do acidente já foram iniciadas e estão em curso. A Enaex permanece à disposição das autoridades a fim de contribuir para o esclarecimento do ocorrido.”
Prefeitura diz que empresa possui licenças
Em nota, a prefeitura de Quatro Barras informou que a empresa Enaex possui todas as licenças necessárias para o funcionamento, incluindo alvará e localização em conformidade com as exigências legais.
“A empresa Enaex está instalada no município há mais de 50 anos, segue rigorosamente todos os protocolos de segurança e é uma das unidades fabris que mais gera empregos no município.”
A prefeitura também disse que a diretoria da indústria se colocou à disposição para reparar todos os danos gerados à população, bem como prestar “total suporte” aos trabalhadores e suas famílias, e que equipes da Defesa Civil de Quatro Barras estão fazendo o levantamento de sinistros e danos em residências, comércios e edificações nas áreas do entorno.
Cidades da região também sentiram o impacto
Local de explosão em fábrica de explosivos
Arte/g1
Moradores de pelo menos oito cidades relataram ter sentido o impacto da explosão: Quatro Barras, Curitiba, Piraquara, Pinhais, Bocaiúva do Sul, Campina Grande do Sul, Colombo e São José dos Pinhais.
Espectadores da RPC encaminharam que mostram danos registrados nas imediações da Enaex Brasil. Veja abaixo:
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