
TJ-PI suspende show do DJ Alok e de outros artistas em Cocal
O DJ Alok afirmou em uma rede social, neste sábado (9), que concorda com a decisão judicial que suspende os shows dele e de mais três atrações nos festejos de Cocal, no Norte do Piauí, marcados para acontecer entre os dias 11 e 14 de agosto. Em publicação, o artista alegou que não sabia sobre o estado de emergência e calamidade financeira decretado pelo município em janeiro deste ano.
“Fui convidado para me apresentar na cidade de Cocal, em um festival de três dias que abrange toda a região e conta com outras grandes atrações nacionais. Soube pela imprensa sobre a suspensão do evento e quero dizer que eu concordo com a decisão porque eu não sabia sobre as condições do município”, escreveu.
✅ Siga o canal do g1 Piauí no WhatsApp
O artista comunicou ainda que solicitou à equipe “maior cuidado” com critérios sobre onde serão realizadas as apresentações, antes da assinatura de um contrato
“Também gostaria de dizer que há um setor responsável por definir critérios onde serão meus próximos shows, decisões das quais nem sempre tenho conhecimento prévio. Já solicitei que haja um cuidado maior na aplicação desses critérios daqui em diante”, concluiu Alok.
Justiça suspende shows; prefeitura recorre
Justiça suspende show de Alok e mais três atrações em cidade do PI que decretou calamidade financeira; prefeitura recorre
Reprodução
A Justiça do Piauí decidiu, na quinta-feira (7), suspender os shows do DJ Alok, dos cantores Natanzinho Lima e Hungria Hip Hop, e da banda Anjos de Resgate, nos festejos de Cocal. As apresentações estão orçadas em R$ 1,8 milhão.
Ao g1, o prefeito de Cocal, Cristiano Britto (Republicanos), informou que recorreu da decisão com a justificativa de que o pagamento de parte das atrações é feito com recursos de emendas destinadas e uma é paga com recursos estaduais.
O g1 também buscou a assessoria de imprensa dos artistas e aguarda um posicionamento deles sobre a suspensão.
Para suspensão, o juiz Anderson Brito da Mata, da Vara Única de Comarca de Cocal, atendeu a um pedido do Ministério Público do Piauí (MPPI), que alegou que os shows podem ultrapassar R$ 3 milhões em gastos públicos.
Na decisão, o juiz citou que a prefeitura do município anunciou estado de emergência e calamidade financeira em 9 de janeiro de 2025. Dois meses depois, em março, publicou um diagnóstico das contas da gestão, elaborado pela Secretaria Municipal de Finanças.
De acordo com o relatório, quase 86% da receita mensal de Cocal é destinada a pagar despesas fixas, como pagamentos de servidores, custeio da limpeza da cidade e outros repasses constitucionais.
Essa situação, segundo a prefeitura, “pode comprometer a prestação de serviços essenciais à população e limitar a capacidade de investimentos em áreas prioritárias, como saúde e educação”.
Contudo, em agosto de 2025, a Justiça apontou que o secretário de Finanças de Cocal afirmou que os serviços essenciais não seriam prejudicados devido à realização dos festejos.
“Não me parece crível concluir que, em menos de 5 meses, o município saiu da penúria financeira descrita por seu secretário de Finanças em março para uma situação de conforto econômico relatada pelo mesmo secretário em agosto”, escreveu o juiz.
Determinações judiciais
Justiça suspende show de Alok e mais três atrações em cidade do Piauí
Reprodução/TJPI
Com a decisão judicial, a Prefeitura de Cocal é obrigada a suspender os pagamentos dos contratos com o artistas. Caso não cumpra a determinação, o prefeito Cristiano Britto deverá pagar multa diária de R$ 3 milhões.
A gestão municipal também está proibida de assinar outro contrato com qualquer artista ou banda para os festejos da cidade, sob pena de nova multa de R$ 3 milhões para o prefeito.
VÍDEO: Assista às notícias mais vistas da Rede Clube