
A Avibras anunciou nesta quarta-feira (6) que tem um novo acionista majoritário, que será responsávle pela transição no processo de reestruturação da empresa bélica, conforme o plano de recuperação judicial aprovado em maio.
Entre as missões de Fábio Guimarães Leite, novo acionista majoritário da empresa, está verificar se há atividades não indicadas nos relatórios mensais, além de fechar um novo acordo coletivo com os funcionários.
“A reestruturação representa uma oportunidade histórica para a construção de uma nova Avibras forte, com nova governança, estabilidade política e uma estrutura de capital alinhada à visão de longo prazo, focada no melhor interesse dos clientes, de seu corpo técnico e do Brasil”, diz comunicado.
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O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos informou que fez uma reunião com o novo controlador e que uma assembleia foi convocada para o dia 14 de agosto, para a nomeação de um novo presidente.
O Sindicato disse ainda que vai realizar uma nova reunião nos próximos dias para discutir a situação atual dos trabalhadores da Avibras, que estão com 28 meses de salários atrasados.
Funcionários da Avibras completam mil dias em greve
Mais de mil dias de greve
A greve dos funcionários da Avibras completou 1 mil dias no início de junho. A empresa vive grave crise financeira.
A paralisação começou em setembro de 2022, quando os funcionários decidiram protestar contra dois meses de atraso nos salários. Atualmente, eles estão com mais de 25 meses de salários atrasados.
Sediada em Jacareí, a Avibras é uma das maiores indústrias do setor de defesa militar do país, mas enfrenta grave crise financeira há quase três anos e solicitou recuperação judicial, alegando dívidas de cerca de R$ 600 milhões.
Cronograma da crise
março de 2022: a Avibras pediu recuperação judicial alegando uma dívida de R$ 600 milhões
setembro de 2022: os trabalhadores entraram em greve por causa dos atrasos nos salários
julho de 2023: o plano de recuperação judicial foi aprovado
abril de 2024: a Avibras anunciou que negociava a venda para a empresa australiana Defendtex
junho de 2024: a Defendtex desistiu da compra
junho de 2024: o Ministério da Defesa informou que a Avibras havia recebido nova proposta, desta vez de um possível investidor chinês, mas o negócio também não foi para frente
outubro de 2024: a Avibras afirmou que negociava com um investidor brasileiro
dezembro de 2024: o investidor brasileiro desistiu do negócio
janeiro de 2025: novas negociações, dessa vez com uma empresa saudita
maio de 2025: credora da Avibras, Brasil Crédito anuncia intenção de comprar a empresa
A Avibras
A Avibras Aeroespacial é a maior indústria bélica do país e foi fundada em 1961 por engenheiros do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), de São José dos Campos. Ela é uma das primeiras empresas nacionais a atender o setor aeroespacial.
A empresa desenvolve tecnologia para as áreas de Defesa e Civil. A organização foi uma das primeiras no Brasil a construir aeronaves, desenvolver e fabricar veículos espaciais para fins civis e militares.
Presente no mercado nacional e internacional, a empresa tem sede em Jacareí, no interior de São Paulo, e desenvolve motores de foguetes para as forças armadas, entre outras coisas.
Avibras, em Jacareí
Divulgação
Avibras
Reprodução/ TV Vanguarda
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