
Delegado Patrick era titular da 2ª delegacia em Ponta Porã; Delegado Rodrigo atuava na mesma delegacia.
Reprodução
A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) de Mato Grosso do Sul demitiu cinco servidores da Polícia Civil sendo dois delegados, um escrivão, um investigador e um perito, após condenação por receberem propina em Ponta Porã, cidade na região de fronteira entre o Brasil e o Paraguai.
A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado desta terça-feira (5).
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Foram demitidos os delegados Rodrigo Blonkowski e Patrick Linares da Costa, além do perito Rogério Insfran Ocampos, o investigador Marcio André Molina Azevedo e o escrivão Jonatas Pontes Gusmão.
O grupo foi alvo da Operação ‘Codicia’ do Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) em 2022, que escancarou um esquema ilegal em que agentes de segurança pública agiam acobertando criminosos e usando como ‘balcão de negócios’ a delegacia na fronteira com o Paraguai.
Segundo a investigação, o grupo foi acusado de corrupção majorada e organização criminosa envolvendo veículos apreendidos na fronteira. Conforme a Operação, eles cobravam propina para liberar veículos. A denúncia também indicou que eles fizeram negociações com drogas apreendidas, para devolver aos traficantes, inclusive com uso de veículo oficial.
Em novembro do ano passado, desembargadores da 3ª Câmara Criminal, em atendimento aos pedidos do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), mantiveram as condenações dos réus e ainda ampliaram penas em alguns casos.
Balcão de negócios
As investigações começaram em maio de 2021, após a denúncia de que policiais civis da 2ª Delegacia de Polícia Civil de Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul, teriam cobrado dinheiro ilegalmente para devolver uma carreta apreendida. Parte do pagamento foi feito via Pix.
Durante 10 meses de apuração, a investigação apontou a existência de uma associação criminosa formada por policiais civis, tanto da ativa quanto aposentados. O grupo usava as delegacias de Ponta Porã para obter vantagens ilegais, principalmente envolvendo veículos apreendidos que estavam sob responsabilidade da polícia.
A investigação também revelou a atuação de uma associação ligada ao tráfico de drogas. Em alguns casos, um escrivão retirava entorpecentes do depósito da delegacia e entregava aos comparsas para revenda.
Dinheiro e armas apreendidos durante a operação Codicia que prendeu grupo de policiais que recebia propina na fronteira com o Paraguai
Divulgação MPMS
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