A menos de dois dias do início do tarifaço, governo dá aval para contestação na Organização Mundial do Comércio


A menos de dois dias do início do tarifaço, governo dá aval para contestação na Organização Mundial do Comércio
Reprodução/TV Globo
Os ministros que compõem a Câmara de Comércio Exterior deram aval para o Brasil contestar o tarifaço de Trump na Organização Mundial do Comércio.
As empresas exportadoras de alimentos e o governo vão trabalhar em duas frentes: criar facilidades para vender no Brasil parte da produção que seria exportada para os Estados Unidos e acelerar o fechamento de acordos com outros países, entre eles Vietnã, Reino Unido e Japão.
Até quarta-feira, o governo também deve anunciar as primeiras medidas do plano de ajuda aos setores mais afetados.
“O plano de contingência, ele prevê várias medidas: crédito, prevê, uma delas pode prever compras governamentais, não tem uma proposta, você tem várias medidas que devem estar sendo concluídas aí e vão ser anunciadas”, explica Geraldo Alckmin, vice-presidente.
O Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior, Camex, deu o aval para o Brasil entrar na Organização Mundial do Comércio contra o tarifaço de Donald Trump. Esse conselho é formado pela vice-presidência e por 10 ministérios. A decisão de levar ou não a medida adiante será do presidente Lula.
Em um evento em Brasília, o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, fez duras críticas à atuação de brasileiros na crise do tarifaço.
“Tenho enorme orgulho e sentido de responsabilidade na atual tarefa de liderar o Itamaraty na defesa da soberania brasileira de ataques orquestrados por brasileiros em conluio com forças estrangeiras. Nesse ultrajante conluio que tem como alvo nossa democracia, os fatos e a realidade brasileira não importam para os que se erigem em veículo antipatriótico de intervenções estrangeiras”.
A negociação comercial com o governo americano continua sendo uma prioridade para o Brasil. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, aguarda confirmação de uma conversa esta semana com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent.
Em entrevista à BandNews, Haddad disse que o Brasil estaria disposto a discutir com os americanos a exploração dos minerais críticos, fundamentais para aviões militares, carros elétricos e baterias.
“Nós somos um país mais independente porque somos mais diversos do ponto de vista da nossa pauta de exportação. Mas, em se tratando da maior economia do mundo, o Brasil pode participar mais do comércio bilateral e, sobretudo, de investimentos estratégicos. Nós temos minerais críticos e terras raras. Os Estados Unidos não são ricos nesses minerais. Nós podemos fazer acordos de cooperação para produzir baterias mais eficientes”.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.