
Polícia quer exumação do corpo de amiga de Elizabete Arrabaça
O médico patologista que supervisionou a autópsia de Élide Guidi, encontrada morta no fim de 2016 dentro de casa em Pontal (SP), recomenda uma exumação do corpo.
Denis Welington Moura Ferreira afirma que, na época, quando a morte foi registrada como natural, não havia suspeita de envenenamento, mas essa causa poderia ter sido associada às condições encontradas na mulher de 80 anos, que teve insuficiência respiratória aguda grave, edema pulmonar bilateral e pneumonite, apesar de não ter um histórico de problemas de saúde.
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O procedimento, com uma análise principalmente em tecidos do pulmão, pode trazer informações importantes diante do recente avanço das investigações sobre Elizabete Arrabaça, amiga de Élide, e que é acusada pela morte da nora, a professora de pilates Larissa Rodrigues, em Ribeirão Preto (SP), e suspeita pela morte da filha, Nathalia Garnica, em Pontal.
“Uma análise toxicológica específica, em um centro especializado, pode ser que detecte alguns sinais que podem apontar mais para uma causa externa do que para uma alteração interna da paciente. (…) Acho que vale a pena tentar, ou através da exumação ou através da análise dos blocos de parafina que contenham os fragmentos do pulmão, verificar se encontra resquícios do carbamato [chumbinho]”, afirmou.
O delegado José Carvalho de Araújo Junior, da Divisão Especializada de Investigações Criminais (DEIC), afirma que aguarda laudos do Instituto Médico Legal (IML) da época da morte de Élide para solicitar a autorização para exumação à Justiça.
“Nós vamos inicialmente analisar os documentos do Serviço de Verificação de Óbitos e daí ouvir as pessoas que tiveram de alguma forma envolvimento com essa pessoa e que teve algum conhecimento a respeito da relação de amizade das duas”, disse.
Elide Guidi, amiga de Elizabete Arrabaça, morreu em 2016 em Pontal (SP).
Reprodução/EPTV
Além de denúncias que surgiram com o avanço das investigações sobre a morte de Larissa, há suspeitas de que Elizabete foi uma das últimas pessoas a estar com ela antes da morte.
Procurada, a defesa de Elizabete Arrabaça informou que ela não se manifestou porque não tomou conhecimento do caso. Ela também nega que tenha matado a professora Larissa Rodrigues.
🔎 Elizabete Arrabaça, de 68 anos, é acusada com o filho Luiz Antonio Garnica por feminicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa na morte de Larissa, em março deste ano. Além disso, é investigada, em outro inquérito policial, por envolvimento na morte por envenenamento da filha, Nathália Garnica, semanas antes. Após a exumação, um laudo toxicológico confirmou que ela também foi envenenada.
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Morte suspeita há 9 anos
Élide Guidi era solteira, não tinha filhos e morava sozinha no Centro de Pontal, onde foi encontrada morta dentro de casa depois de se sentir mal, segundo boletim de ocorrência da época.
Sérgio Pacca, médico cardiologista de Elide Guidi, a atendeu por 17 anos, até poucos meses antes de morrer, e conta que ela não tinha nenhum problema grave de saúde.
Patologista que supervisionou a autópsia de Elide Guidi em Pontal (SP), Denis Welington Moura Ferreira
Reprodução/EPTV
“Sempre foi muito saudável, muito fiel aos retornos médicos, pelo menos de duas a três consultas todo ano”, diz.
Uma mulher que trabalhou na casa de Elide por mais de 20 anos, segundo apuração da EPTV, afiliada da TV Globo, afirmou que ela nunca reclamou de problemas graves de saúde e que chegou a ver Elizabete Arrabaça poucos dias antes da morte da amiga.
Na época, a morte, considerada por causas naturais, foi associada a insuficiência respiratória aguda grave, edema pulmonar bilateral e pneumonite.
Nathália Garnica, Elizabete Arrabaça, Larissa Rodrigues, Ribeirão Preto, SP
Reprodução/g1
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