ONU defende fim da guerra em Gaza e solução com dois Estados


ONU pede cessar-fogo e criação de estado Palestino
A Conferência da ONU sobre a Palestina pediu nesta terça-feira (29) o fim imediato dos combates na Faixa de Gaza e a implementação da solução que prevê dois Estados, um palestino e um israelense.
Ao todo, 17 países assinaram o documento final da reunião da ONU em Nova York, entre eles o Brasil — além da União Europeia e da Liga Árabe. O texto condena os atentados terroristas do Hamas em outubro de 2023, e exige que o grupo:
liberte os reféns que até hoje estão em cativeiro
entregue as armas
e deixe o governo da Faixa de Gaza
Os países também pedem um cessar-fogo imediato, a retirada das tropas israelenses e o acesso à ajuda humanitária coordenada pelas Nações Unidas e pela Cruz Vermelha. E a retomada de negociações entre Israel e a autoridade Palestina, dentro de um prazo determinado, para o estabelecimento de dois Estados — lado a lado.
Estados Unidos e Israel não participaram da reunião. A porta-voz do Departamento de Estado americano disse que a conferência não passa de um golpe publicitário, que vai apenas encorajar o Hamas e obstruir os esforços verdadeiros por uma paz permanente.
O chefe do governo britânico convocou ministros — no meio do recesso de verão — para uma reunião de emergência sobre a ajuda aos palestinos. O Reino Unido anunciou planos para reconhecer o Estado da Palestina.
O primeiro-ministro Keir Starmer disse que o anúncio oficial vai ser feito em setembro, na Assembleia Geral das Nações Unidas — a menos que Israel cumpra certas condições. O britânico espera que até lá o governo israelense tome medidas substanciais para pôr fim ao que chamou de “terrível situação em Gaza”, incluindo um cessar-fogo e o compromisso com um processo de paz a longo prazo.
O presidente francês Emmanuel Macron já havia afirmado, na última quinta-feira, que a França vai reconhecer a Palestina como Estado. O anúncio também vai ser feito na Assembleia da ONU.
Benjamin Netanyahu respondeu que a decisão do britânico Keir Starmer é uma recompensa para os terroristas e uma punição para as vítimas deles. E que um Estado terrorista ao lado de Israel vai ser uma ameaça também para o Reino Unido no futuro — e isso não vai acontecer.
O ministro israelense das Relações Exteriores, Gideon Saar, negou que Israel esteja usando a fome como arma. E responsabilizou o Hamas pela crise humanitária.
O IPC — uma parceria de vinte organizações internacionais que monitora a segurança alimentar — relatou evidências crescentes de fome generalizada na Faixa de Gaza, de desnutrição e de doenças que estão causando um aumento nas mortes. E afirmou que o “pior cenário” no território está em curso nesse momento.
Os palestinos agora ficam esperando a ajuda cair do céu. Paraquedas com comida e suprimentos básicos aterrissam… e encontram um povo desesperado. Um palestino diz:
“Agradecemos a todos que estão nos ajudando. Olha aquilo… As pessoas estão se matando por comida. Precisamos de mais ajuda.”
Organização internacional relatou evidências crescentes de fome generalizada na Faixa de Gaza
Reprodução/TV Globo
LEIA TAMBÉM:
Mortes em Gaza passam das 60 mil
Gaza enfrenta ‘pior cenário possível de fome’, diz órgão de segurança alimentar ligado à ONU
Israel encontra túnel usado pelo Hamas em Gaza cheio de armas e explosivos; VÍDEO
Adicionar aos favoritos o Link permanente.