Mortes em Gaza passam dos 60 mil


Palestinos em busca de ajuda humanitária na Faixa de Gaza
Eyad Baba/AFP
A ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza matou pelo menos 60 mil palestinos desde 7 de outubro de 2023, segundo o Ministério da Saúde do enclave, em um conflito que devastou o território costeiro e desencadeou uma crise humanitária.
De acordo com as autoridades de saúde da região, a maioria dos palestinos mortos são civis.
O ministério informou nesta terça-feira que o número de feridos chegou a 145.870, enquanto milhares seguem desaparecidos sob os escombros de edifícios e áreas destruídas.
A guerra começou após o grupo militante palestino Hamas, que domina Gaza, realizar um ataque transfronteiriço no sul de Israel, matando cerca de 1.200 pessoas e fazendo mais de 250 reféns, segundo autoridades israelenses.
A subsequente campanha aérea e terrestre de Israel arrasou bairros inteiros em Gaza, deslocou a maior parte da população de 2,3 milhões de pessoas e levou o enclave à beira da fome, segundo as Nações Unidas.
Israel afirma que suas operações têm como objetivo desmantelar as capacidades militares do Hamas e garantir a libertação dos reféns.
O Exército diz ter matado milhares de combatentes do Hamas em Gaza e destruído centenas de quilômetros de túneis usados pelos militantes.
Os combates têm provocado condenações internacionais e pedidos por um cessar-fogo, com agências de ajuda globais alertando para o colapso de serviços essenciais e surtos generalizados de doenças.
A mais recente rodada de negociações indiretas por um cessar-fogo, realizada em Doha entre Israel e Hamas, foi interrompida na semana passada sem que se chegasse a um acordo.
Catástrofe humanitária
Grande parte de Gaza foi devastada ao longo de mais de 21 meses de conflito, aumentando as preocupações sobre o agravamento da fome.
Israel afirma que o Hamas é o responsável pelos danos aos civis durante a guerra, por operar entre a população, o que os militantes negam. Israel também diz ter permitido a entrada de alimentos suficientes em Gaza, e culpa as Nações Unidas por não conseguirem distribuí-los. A ONU afirma que tem atuado da melhor forma possível diante das severas restrições impostas por Israel.
Autoridades de saúde palestinas alertam que centenas de pessoas podem morrer em breve, já que hospitais estão sobrecarregados com pacientes apresentando tontura e exaustão, em meio à escassez severa de alimentos e à interrupção das entregas de ajuda.
O chefe da agência da ONU para refugiados palestinos, UNRWA, disse que seus funcionários, assim como médicos e trabalhadores humanitários, têm desmaiado durante o trabalho em Gaza devido à fome e à exaustão.
Após imagens de palestinos famintos chocarem o mundo nas últimas semanas, Israel anunciou no domingo a suspensão das operações militares por 10 horas por dia em partes de Gaza e a criação de novos corredores de ajuda humanitária.
Caminhões de ajuda começaram a se mover em direção a Gaza a partir do Egito, enquanto Jordânia e Emirados Árabes Unidos lançaram suprimentos por via aérea no enclave.
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