
Rachel e Guilherme nos Estados Unidos
— Fotos: Reprodução/Instagram de Rachel Leidig e Guilherme Lemes Cardoso e Silva
Rachel Leidig, cidadã norte-americana de 36 anos, disse que está de coração partido com a prisão do marido que é natural de Goiás. A maquiadora, que está grávida de 7 meses, é esposa do brasileiro Guilherme Lemes Cardoso e Silva, de 35 anos, que foi preso nos Estados Unidos ao ir buscar a filha na escola, segundo Rachel. A prisão teria acontecido em Friday Harbor, em Washington.
“Isso é desumano […]. Meu coração está partido pela injustiça diante dos meus olhos”, disse Rachel.
O g1 entrou em contato com o Itamaraty, com o Gabinete de Assuntos Internacionais, que disse ainda não ter sido acionado pela família, e com o Consulado do Brasil em São Francisco e, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
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De acordo com Rachel, Guilherme foi preso no dia 7 de julho pelo Immigration and Customs Enforcement’s (ICE), o serviço de imigração dos Estados Unidos. Em entrevista, a maquiadora relatou que Guilherme estava indo buscas a filha na escola quando foi abordado pelos agentes.
Rachel conta que, após a prisão, Guilherme foi informado de que ele estava sendo detido porque seu visto de trabalho havia expirado. Depois, um outro agente disse que a prisão foi motivada porque seu visto de viagem havia expirado.
O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos informou à NBC News que Guilherme estava no país com um visto B2, usado para turismo, que foi tirado em 2016 e expirado em 2017. Segundo Rachel, ele não tem antecedentes criminais e trabalha como artista visual.
Segundo ela, o casal se casou em abril desde ano e espera um filho. Rachel diz ainda que os dois haviam preenchido um I-130, petição em que um cidadão americano usa para comprovar um relacionamento com uma pessoa que deseja solicitar um Green Card.
Guilherme é arrista visual, segundo a esposa
— Fotos: Reprodução/Instagram de Guilherme Lemes Cardoso e Silva
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Abordagem
Rachel compartilhou um diário que escreve desde o dia da prisão de Guilherme. Nele, ela relata o que aconteceu com o marido em cada um desses dias desde a prisão, em Friday Harbor.
Segundo ela, Guilherme foi abordado por cerca de seis carros com agentes do ICE, que solicitaram que o marido saísse do carro, pois eles teriam um mandado. Ela diz que Guilherme se recusou a sair do carro até que os agentes mostrassem o mandado, mas foi retirado do carro.
“Gui pediu para ver o mandado, mas ela [a agente] disse que não precisava mostrar. Um outro agente tirou o Gui para fora do carro dele e pegou o telefone dele, porque ele estava gravando, e empurrou ele contra o carro para prendê-lo”, relatou Rachel.
De acordo com a maquiadora, o marido foi colocado dentro do carro e levado para um barco, que os tirou da ilha. Quando chegou ao seu primeiro quarto temporário, ela conta que Guilherme preso com correntes dos tornozelos e nos pulsos.
Segundo Rachel, nos dois primeiros dias Guilherme ficou em um quarto em Ferndale, em Washington, “onde as condições eram terríveis”. Ela conta que o marido dormiu no chão por causa da comida que foi dada a ele.
Primeira visita
Rachel conta que foi visitar Guilherme no dia 18 de julho em um centro de detenção na cidade de Tacoma, em Washington. Segundo ela, quando chegou ao local, não conseguiu pegar os pertences do marido.
Após a visita, em que ela pode ver o marido através de uma proteção de vidro, ela diz que recebeu os pertences do marido, mas que foi informada de que o celular dele havia “sumido”.
Na visita, ela diz que Guilherme disse que os detentos não haviam sido alimentados até as 23h e que é preciso “ser submisso aos agentes ou eles punem você”.
Impactos na família
Fotos do casal compartilhadas nas redes sociais
— Fotos: Reprodução/Instagram de Rachel Leidig
De acordo com Rachel, Guilherme deve ter uma audiência no dia 29 de julho. Segundo a maquiadora, eles esperam que ele seja liberado sob pagamento de fiança e, além disso, vão pedir que o foro seja transferido de Washington para São Francisco, na Califórnia.
Rachel diz que se preocupa com o bebê que está esperando e com a enteada, em relação ao impacto que a ausência do pai pode ter nas crianças.
“Estou preocupada com as repercussões e o dano psicológico que isso terá na minha enteada. Estou preocupada com o meu filho, porque sei que ele está sentindo roda a intensidade do meu estresse e ansiedade”, escreveu ela.
Segundo ela, desde que o marido foi preso ela tem pesquisado em tempo integral e precisou tirar um tempo do emprego. Rachel lembra que sabe que muitas famílias que estão passando por situações parecidas não tem a oportunidade de fazer isso.
“Aqueles que são afortunados o suficiente para ter privilégio neste país deveriam estar advogando para as pessoas vulneráveis da nossa comunidade”, disse ela.
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