
Guilherme Osório de Oliveira foi condenado a 8 anos e 10 meses de prisão por apropriação indébita
Reprodução/EPTV
O empresário Guilherme Osório de Oliveira foi condenado a 8 anos e 10 meses de prisão por apropriação indébita, pelo desvio de sacas de café avaliadas em R$ 63 milhões, que estava armazenadas nos galpões que ele mantinha em Altinópolis (SP). A mulher dele, Marina Célia Lopes da Cruz Oliveira, foi absolvida.
Segundo produtores rurais que utilizavam o serviço do casal, mais de 20 mil sacas estavam guardadas nos estabelecimentos, sob responsabilidade deles.
O caso foi descoberto em janeiro deste ano, quando, pelo menos 50 vítimas, procuraram a polícia para denunciar o sumiço dos produtos.
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Ao g1, a defesa do casal, representada pelos advogados Raphael Guimarães Carneiro, Danielle Godoi Santiago e Victor Santiago, informou, por meio de nota, que “o enfrentamento das acusações seguirá sendo feito de forma técnica e serena, nos autos, que correm em segredo de justiça, inclusive para preservação da segurança dos envolvidos”.
O casal, que foi preso em Caraguatatuba (SP) no fim de janeiro, teve a prisão revogada pela Justiça em abril e respondia pelo crime em liberdade.
Marina Célia Lopes da Cruz Oliveira e Guilherme Osório de Oliveira, durante audiência de custódia após serem presos no litoral paulista.
Reprodução/EPTV
Procurados pelo g1, Tribunal de Justiça e Ministério Público disseram que não poderiam passar informações detalhadas, porque o caso está em sigilo.
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Com a condenação, os 55 produtores rurais lesionados tentam, agora, reaver os valores perdidos. Eles usavam os galpões do casal para armazenar a colheita para ser negociada futuramente. Em janeiro, após denúncias das vítimas, policiais estiveram nos endereços apontados e encontraram os depósitos vazios.
Os dois atuavam no ramo de armazenagem de grãos de há dez anos e tinham uma relação próxima com os produtores que foram lesados. Uma das vítimas chegou a perder R$ 1 milhão.
Galpão onde sacas de café eram armazenadas em Altinópolis, SP
Reprodução/EPTV
Prejuízo milionário
O caso veio à tona no dia 16 de janeiro, quando produtores que mantinham as sacas armazenadas no galpão do casal, em Altinópolis, procuraram a polícia depois que notaram o sumiço dos cafés e não conseguiram falar com Guilherme e Marina.
Os dois chegaram a ser considerados foragidos e tiveram a prisão decretada no dia seguinte. No dia 28 de janeiro, Guilherme e Marina foram encontrados em Caraguatatuba (SP) e presos.
Segundo as investigações, os prejuízos que o casal causou gira em torno de R$ 63 milhões.
O produtor Osmar Cardoso da Silva perdeu R$ 1,6 milhão com o desaparecimento de 675 sacas de café que estavam guardadas em um dos armazéns do casal.
“Há dez anos a gente negociava com eles, nunca teve problema, e agora a última venda que a gente teve estourou o negócio lá. Ele veio a atrasar um pouquinho o pagamento, a gente veio pra conversar com ele que ia tirar o café que a gente tinha. A gente foi no escritório, e aí já não conseguiu encontrar mais eles. É uma sensação de perda mesmo, porque são muitos anos de trabalho que a gente faz pra ter um pouquinho de recurso”.
Galpão de armazenagem de café encontrado vazio pela Polícia Civil em Altinópolis, SP
Reprodução
Já o prejuízo calculado pela família da produtora Patrícia Crivelenti, que atua nas regiões de Altinópolis e Itamogi (MG), chega a R$ 18 milhões. Segundo Patrícia, ela esteve com o casal um dia antes da fuga para conversar sobre rumores de que o café havia sido desviado.
“Nós estivemos no dia 10 de janeiro, não avisamos que viríamos justamente pelo nível de preocupação que meu marido estava e decidimos fazer uma visita. Tocamos a campainha, demoramos ser atendidos. Fomos atendidos pelos dois e, nessa conversa, fomos percebendo que aquele estoque que eles falavam não existia”.
Segundo Patrícia, a família era cliente de Marina e Guilherme desde 2020 e confiava no trabalho deles.
“Eles sempre dizendo que iriam acertar, que iriam pagar, mas a cada momento que a conversa evoluía, sentimos muito nervosismo da parte deles e, ao mesmo tempo, o estoque diminuindo a cada momento. Quando retornamos conforme combinado, eles já haviam desaparecido.”
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