Adeus a Preta Gil terá velório aberto no Theatro Municipal e cortejo por circuito batizado em homenagem à cantora


Velório de Preta Gil será no Theatro Municipal, no Rio
O corpo da cantora Preta Gil será velado em cerimônia aberta ao público nesta sexta-feira (25), das 9h às 13h, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, na Cinelândia. Em seguida, haverá um cortejo pelas ruas do Centro da cidade, passando pelo circuito de megablocos de carnaval que, nesta semana, recebeu o nome da artista em homenagem póstuma.
Preta Gil morreu no último domingo (20), aos 50 anos, em Nova York, após um longo tratamento contra um câncer no intestino. Ela passou mal a caminho do aeroporto, quando se preparava para retornar ao Brasil.
Após o velório, o corpo será levado em carro aberto para a capela ecumênica do Crematório e Cemitério da Penitência, no Caju, onde haverá uma cerimônia restrita à família e amigos próximos, prevista para acontecer entre 15h e 17h. A cremação ocorrerá em seguida.
LEIA MAIS:
Conheça mais sobre a trajetória de Preta Gil
Entenda o quadro que levou à morte da cantora
FOTOS: veja imagens da vida e da carreira de Preta
Relembre cinco das principais músicas cantadas por Preta Gil
Artistas e políticos lamentam morte: veja repercussão
Última grande apresentação de Preta foi em abril ao lado de Gil
Cortejo no circuito
Trajeto do cortejo previsto para Preta Gil
Arte/TV Globo
O cortejo seguirá por vias do Centro e da Zona Portuária, incluindo a Rua Araújo Porto Alegre, Avenida Presidente Antônio Carlos, Rua Primeiro de Março, Avenida Presidente Vargas, Avenida Francisco Bicalho e Viaduto do Gasômetro, até a pista lateral da Avenida Brasil e a Rua Monsenhor Manuel Gomes, no Caju.
Para receber os fãs da cantora, a Prefeitura do Rio montou um esquema especial de interdições e bloqueios no entorno do Theatro Municipal. As restrições começam às 19h desta quinta (24), com a proibição de estacionamento em toda a Avenida Treze de Maio, e se estendem até as 18h de sexta (25).
Outras vias, como a Rua Araújo Porto Alegre e a Avenida Evaristo da Veiga, também terão circulação de veículos proibida em determinados trechos e horários. Agentes da CET-Rio, Guarda Municipal, Comlurb e Centro de Operações do Rio atuarão para garantir a segurança e a fluidez do trânsito na região.
Roteiro do cortejo de despedida do corpo de Preta Gil até o Cemitério da Penitência
Divulgação/ Prefeitura do Rio
Preta, um ícone
Preta Gil foi uma das maiores defensoras do carnaval de rua carioca e comandava desde 2010 o Bloco da Preta, um dos mais populares da cidade. Em 2017, ela conseguiu arrastar mais de 500 mil foliões pelas ruas do Centro do Rio com uma homenagem a Chacrinha. O circuito de megablocos que leva agora seu nome será, simbolicamente, parte do caminho do adeus à artista.
“É o momento ápice do meu ano. Trabalho o ano inteiro, faço mil atividades, mas o meu grande ‘xodó’ é o Bloco da Preta. Nele deposito muito da minha energia. O ano inteiro de planejamento, reuniões. É um momento muito especial, onde eu fico muito grata a Deus, aos meus fãs”, disse ao g1.
Filha de Gilberto Gil, sobrinha de Caetano Veloso, afilhada de Gal Costa, Preta Gil deixou a carreira de produtora e publicitária e decidiu pela carreira de cantora aos 29 anos, quando lançou seu primeiro álbum. “Prêt-à Porter” traz o hit “Sinais de Fogo”, uma composição de Ana Carolina feita especialmente para a amiga Preta. Além disso, o disco recebeu críticas por ter a cantora nua na capa.
“Eu lembro que fui mostrar para o meu pai e ele falou: ‘Desnecessário, Preta’. Aquilo foi uma confusão na minha cabeça. Mas meu pai é um sábio. Ele sabia exatamente o que eu ia passar depois. Eu lancei o disco achando que estava abafando, mas veio uma enxurrada de muitas críticas na época. De muito conservadorismo”, disse Preta em entrevista a Pedro Bial.
O segundo álbum de Preta Gil, intitulado “Preta”, foi lançado em setembro de 2005 e tinha as músicas “Muito Perigoso” e “Eu e você, você e eu”. Em 2010, a cantora lançou seu terceiro álbum, o “Noite Preta”, festa com a qual percorreu o Brasil inteiro por sete anos.
Após o sucesso da turnê, Preta criou o show “Baile da Preta”, com um repertório diverso. “O Baile da Preta retrata a minha personalidade musical, meu ecletismo, meu gosto e meu respeito pela MPB, que para mim abrange desde Caetano Veloso e Gilberto Gil até Aviões do Forró e Psirico”, explica a cantora em seu site oficial.
Em 2017, Preta lançou o sexto e último álbum, distribuído apenas em versão digital. “Todas as Cores” tem participação de Pabllo Vittar, Marília Mendonça e Gal Costa, além de incluir a canção “Botando a fila para andar”, composição de Ana Carolina.
Em 2021, a cantora gravou a música “Meu Xodó” em parceria com o seu único filho, Francisco. Na época, a cantora afirmou que a faixa foi a mola que a tirou do fundo do poço. “Se não fosse o Fran, eu talvez tivesse perdido a minha voz mesmo, porque sou intérprete, não sei tocar instrumento. Ele foi me estimulando o tempo inteiro a não entrar nessa bad total”, explica ao g1.
Durante a carreira, Preta também fez algumas participações em novelas e séries de TV, como “As Cariocas”, “Ó Paí, Ó” e “Vai que Cola”.
Além disso, também investiu como empresária, sendo uma das sócias da agência Mynd. Entre os clientes, estavam Luísa Sonza, Pabllo Vittar, Camilla de Lucas e mais algumas dezenas de artistas e influenciadores.
Preta Gil
Reprodução
Adicionar aos favoritos o Link permanente.