
Três homens foram condenados pelo crime do oficial de justiça assassinado na Tamarineira
Três homens foram condenados, na terça-feira (22), pelo assassinato do oficial de Justiça Jorge Eduardo Lopes Borges, morto no dia 4 de setembro de 2022, no bairro da Tamarineira, na Zona Norte do Recife. O crime, filmado por uma câmera de segurança (veja vídeo acima) foi considerado homicídio qualificado, por motivo torpe e com recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
A ex-companheira da vítima, a médica Silvia Helena de Melo Souza Alencar, é acusada de ser a mandante do crime. Ela não foi julgada por interpor um recurso junto ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).
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No julgamento, foram sentenciados:
Ezequias Oliveira da Silva a 21 anos de prisão;
José Paulo Araújo da Silva a 14 anos de prisão;
Michel Francisco da Silva a 14 anos de prisão.
O júri, presidido pela juíza Fernanda Moura, começou às 9h e terminou por volta das 21h. Durante a sessão, entre os acusados, apenas Ezequias prestou depoimento. Ele foi o único do trio que não optou pelo silêncio constitucional permitido aos réus.
Além disso, duas testemunhas de defesa foram ouvidas no julgamento.
A outra parte acusada no caso é Silvia Helena de Melo Souza, ex-companheira da vítima. A ré não foi julgada porque pois recorreu da decisão de pronúncia ao TJPE. Ela se encontra em prisão preventiva desde 16 de setembro de 2022.
O advogado Marco Aurélio Freire, contratado pela família de Jorge como assistente de acusação, disse que o oficial de Justiça e a ex-companheira brigavam pela guarda da filha. De acordo com o defensor, Jorge voltava da casa da médica, onde havia ido deixar a filha, quando foi morto.
Jorge Eduardo Lopes Borges, oficial de Justiça morto a tiros no próprio carro, no Recife
Reprodução/WhatsApp
Entenda o caso
Jorge Eduardo Lopes Borges tinha 42 anos quando foi atingido por tiros na cabeça ao dirigir pela Estrada do Arraial, na altura do semáforo da Rua Sebastião Alves, no bairro da Tamarineira, no dia 4 de setembro.
Uma câmera de segurança flagrou o crime, às 17h38. As imagens mostram o momento em que Jorge Eduardo para o veículo no sinal e um motoqueiro, atrás do carro, saca a arma e efetua, ao menos, sete disparos contra o automóvel (veja vídeo abaixo).
VÍDEO: oficial de Justiça é baleado dentro do próprio carro na Estrada do Arraial
Três dias após o crime, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) informou que os médicos decretaram a morte cerebral de Jorge Eduardo. Ele deixou esposa e dois filhos, um deles tinha 50 dias de nascido quando o oficial faleceu.
No dia 16 de setembro de 2022, a polícia prendeu a ex-esposa dele, a médica Silvia Helena de Melo Souza Alencar, sob suspeita de envolvimento com o crime. Ela é mãe da primeira filha dele, uma menina de 6 anos.
Durante a investigação, um pedido de habeas corpus de Silvia Helena foi negado pelo desembargador Evandro Magalhães Melo.
Um dos motivos para a negativa do habeas corpus foi informação de que a médica, no WhatsApp, pediu ajuda a um tio para contratar um integrante de um grupo de extermínio para “execução de um serviço”.
As mensagens, entregues por esse tio à polícia, também mostraram Silvia Helena falando no valor de R$ 10 mil como pagamento. Segundo a decisão do desembargador, a médica teria sacado esse valor antes do crime. Além disso, uma irmã da médica também depôs contra ela.
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