
Coca-cola
Kaboompics/Pexels
A Coca-Cola anunciou nesta terça-feira (22) que irá lançar uma versão da bebida adoçada com o açúcar da cana-de-açúcar para os Estados Unidos, após pedido do presidente Donald Trump na semana anterior. A receita, porém, não é novidade no Brasil.
Diferente dos EUA, onde o refrigerante é feito com xarope de milho, em outros países, como México, Reino Unido, Austrália e o próprio Brasil, o açúcar já é utilizado.
Segundo a rede de TV americana NBC, o CEO da Coca-Cola, James Quincey, disse que a empresa também utiliza açúcar-de-cana em suas linhas de chá, limonada, café e Vitamin Water.
O ingrediente deve ser incluído na bebida norte-americana no outono, segundo nota da empresa.
Coca-Cola com açúcar da cana, como quer Trump, dependeria do Brasil e ficaria mais cara nos EUA?
EUA não são autossuficientes
O presidente Trump toma regularmente Diet Coke — que usa o adoçante artificial aspartame. Ele mandou instalar, inclusive, um botão na mesa dele no Salão Oval da Casa Branca para solicitar que o refrigerante seja servido.
Na última quinta-feira (17), ele publicou em suas redes sociais: “Tenho conversado com a Coca-Cola sobre o uso de açúcar de cana de verdade na Coca nos Estados Unidos, e eles concordaram em fazer isso”.
Para atender ao pedido de Trump, analistas de mercado afirmam que os EUA teriam que importar açúcar do Brasil, maior produtor mundial, para fabricar a bebida, já que os americanos não são autossuficientes na produção de açúcar.
O Brasil é o segundo maior fornecedor dos EUA, depois do México.
No entanto, a empresa afirmou nesta terça que a bebida será feita com o açúcar produzido nos próprios EUA.
➡️ Atualmente, os EUA consomem cerca de 11 milhões de toneladas de açúcar por ano, mas produzem aproximadamente 8 milhões de toneladas, segundo o analista da StoneX Brasil Marcelo Di Bonifacio Filho.
“Eles precisam importar entre 3 e 5 milhões de toneladas por ano, dependendo da safra”, detalha.
Tarifaço de 50%: Brasil deve perder mercado de açúcar nos EUA
Exportações de açúcar do Brasil.
g1
Veja os países que poderiam substituir os EUA como clientes do agro brasileiro