
Brasileiros que lutam na Ucrânia relatam dramas da guerra
O maranhense Rafael Paixão, de 29 anos, natural de Imperatriz, continua internado em um hospital na Ucrânia após ter a perna esquerda amputada. O jovem, que integrou o 3º Batalhão de Brigada de Assalto, se feriu ao pisar em uma mina-borboleta durante uma missão militar.
Após o acidente, Rafael precisou se arrastar por aproximadamente nove quilômetros até conseguir ajuda. Ele passou por uma cirurgia em que teve parte da perna esquerda amputada e, agora, aguarda a recuperação e o retorno ao Brasil.
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🤔 O que são minas-borboleta? As minas-borboleta são um tipo de mina terrestre, caracterizadas por seu pequeno tamanho (cerca de 7 a 10 centímetros de largura) e formato que lembra uma hélice ou uma borboleta. As minas-borboleta são proibidas pela legislação internacional, pois podem ferir e matar civis indiscriminadamente.
O combatente brasileiro chegou a ficar desaparecido por quase 20 dias. Em entrevista ao programa Fantástico, Rafael falou sobre os próximos passos:
“O plano agora é, primeiramente, me recuperar. Depois, colocar a prótese e procurar minha família.” disse, emocionado.
Rafael Paixão se voluntariou para servir como soldado na guerra, mas recentemente perdeu parte da perna ao pisar em uma mina terrestre.
Reprodução/TV Mirante
Eu tive muita sorte de estar vivo e poder contar essa história hoje.
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Antes de se alistar, Rafael cursava Direito em uma faculdade particular em Imperatriz. Em agosto de 2024, deixou os estudos e se mudou para a Holanda com a então namorada. Após o fim do relacionamento, decidiu se voluntariar no exército da Ucrânia.
Conflito Ucrânia x Rússia
Putin e Zelensky
Sputnik/Mikhail Metzel/Pool via Reuters; Reuters/Alina Smutko
Em fevereiro de 2022, o presidente russo Vladimir Putin, autorizou a invasão da Ucrânia a partir de uma ação militar no leste do país, onde ficam as regiões separatistas reconhecidas pelos russos como independentes. São elas Donetsk e Luhansk.
Há mais de 8 anos, as relações entre Rússia e Ucrânia vêm se deteriorando. Ucranianos derrubaram o presidente pró-Rússia e setores pró-Ocidente chegaram o poder. De acordo com lideranças europeias, o ataque é um dos piores momentos da Europa em quase 80 anos, período da 2ª Guerra Mundial.
A guerra tem causado milhares de mortes, milhões de refugiados e grande destruição. A Ucrânia tem recebido apoio militar, financeiro e humanitário de países do Ocidente, como os Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia, enquanto a Rússia enfrenta sanções econômicas severas.
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Até hoje, o conflito continua sem uma resolução definitiva, com combates intensos principalmente no leste e sul da Ucrânia, e com tentativas diplomáticas ainda sem sucesso duradouro.
De acordo com o Itamaraty, no início da guerra, em 2022, mais de 100 brasileiros se voluntariaram para lutar no exército ucraniano. Porém, atualmente, não há um número preciso de quantos brasileiros foram recrutados e estão nos campos de batalha.