
Operação da Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do investigado e encontrou livro sobre vida de Hitler e objetos de uso militar. Livro sobre Hitler e objetos apreendidos em operação da PF em Maceió, AL, para combater apologia ao nazismo
Ascom/PF-AL
Um morador de Maceió suspeito de criar e manter um perfil falso nas redes sociais para divulgar símbolos de apologia ao nazismo e praticar racismo foi alvo de uma operação da Polícia Federal nesta sexta-feira (4).
Na casa do investigado, foram apreendidos um livro sobre a vida de Adolf Hitler, além de objetos de uso militar, como coldre e vestimentas camufladas. O nome e a idade dele não foram divulgados.
O delegado federal Francisco Luiz Marques Ribeiro Filho disse que o suspeito não é militar, mas tem interesse por treinamentos militares e fez postagens com as roupas encontradas pela PF na casa dele.
A investigação teve início quando a Polícia Federal identificou postagens de apologia ao nazismo em um perfil anônimo nas redes sociais. As publicações tinham símbolos nazistas e de enaltecimento ao regime.
A legislação penal brasileira considera a veiculação de símbolos nazistas como uma das formas de racismo, uma vez que enaltece o discurso de ódio e discriminação contra minorias. O crime está previsto no artigo 20, §1º, da Lei 7.716/89.
Apesar do perfil anônimo, a PF, utilizando técnicas de investigação em ambiente cibernético, identificou que uma pessoa residente em Maceió teria criado e seria responsável por manter esse perfil ativo.
A investigação foi então encaminhada à Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos da Superintendência Regional da Polícia Federal em Alagoas que pediu à Justiça Federal pela expedição de mandado de busca e apreensão na residência do suspeito.
Segundo a PF, a conduta criminosa investigada nesse inquérito policial pode instigar ações violentas de seguidores fora do ambiente cibernético, que são na maioria das vezes, adolescentes ou jovens adultos.
O crime quando praticado por intermédio de meios de comunicação, de redes sociais ou utilizando a internet de qualquer forma, é punido com pena de 2 a 5 anos de reclusão. De acordo com a Constituição Federal, o racismo é crime inafiançável e imprescritível.
O nome da operação, Nuremberg, é uma referência à cidade localizada na Alemanha onde os líderes nazistas foram julgados, entre 1945 e 1946, pelos crimes de guerra e contra a humanidade praticados durante a 2ª Guerra Mundial.
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