
Corpo de Maria Eduarda Medeiros foi achado três dias após acidente. Investigação do caso está sob responsabilidade da Delegacia de Porto de Galinhas. Laudo tanatoscópico aponta afogamento como causa da morte de Maria Eduarda Medeiros
A Polícia Científica de Pernambuco concluiu que a advogada Maria Eduarda Medeiros, de 38 anos, morreu por afogamento após o naufrágio de um veleiro na Praia de Suape, no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife (veja vídeo acima).
O laudo do Instituto de Medicina Legal (IML), ao qual a TV Globo teve acesso, apontou que a causa da morte foi asfixia direta por afogamento, sem qualquer sinal de violência ou de ação que pudesse ter causado a morte.
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De acordo com o documento, o exame tanatoscópico foi feito com uma análise minuciosa do corpo e dos ferimentos nos membros. Também foram realizados exames complementares, como tomografia de corpo inteiro e exame toxicológico.
O médico legista responsável pelo laudo, Bruno Henrique Pires de Lira, identificou sinais externos e internos compatíveis com afogamento.
Entre eles, a presença de água e areia nas vias aéreas superiores e inferiores, além de infiltração hemorrágica na base do crânio, conhecida como sinal de Niles — característico em casos de morte por afogamento.
Laudo tanatoscópico apontou que advogada morreu por afogamento
TV Globo/Reprodução
Segundo a análise, as lesões observadas no corpo “são compatíveis com aquelas produzidas após o óbito”.
Após o velório de Maria Eduarda, a Justiça negou permissão para cremar o corpo da advogada. Apesar do laudo da declaração de óbito emitida pelo Instituto de Medicina Legal (IML), atestar a causa da morte como “asfixia mecânica por afogamento”, a juíza que avaliou o pedido da família afirmou que o documento não substituía o laudo pericial tanatoscópico.
Relembre o caso
Maria Eduarda Medeiros e Belinha, advogada e cadela de estimação que desapareceram após acidente de barco na praia de Suape, no Grande Recife
Acervo pessoal
Maria Eduarda Medeiros estava em um veleiro que naufragou no dia 21 de junho, na Praia de Suape, no Cabo de Santo Agostinho. Ela estava acompanhada do namorado, o médico urologista Seráfico Júnior, e da cadela de estimação do casal, Belinha.
Seráfico conseguiu se salvar. Segundo o advogado dele, Ademar Rigueira, o médico nadou por cerca de duas horas com Maria Eduarda, mas acabou perdendo a companheira de vista após uma onda forte.
Segundo Ademar Rigueira, o médico não tinha habilitação para pilotar, mas o tipo de embarcação, um monocasco com vela bermudiana, não exige habilitação, pois não tem motor.
Apesar da obrigatoriedade do uso do colete salva-vidas, não havia esse equipamento de segurança na embarcação que naufragou.
O corpo da advogada foi encontrado quatro dias depois, na Praia de Calhetas, também no Cabo, após buscas realizadas pelo Corpo de Bombeiros e pela Marinha.
A investigação sobre a morte está sob responsabilidade da Delegacia de Porto de Galinhas. A Marinha também instaurou um inquérito para apurar as circunstâncias e causas do naufrágio.
A Polícia Civil chegou a cumprir um mandado de busca e apreensão na casa do médico urologista Seráfico Pereira Cabral Júnior.
Advogado de médico que pilotava veleiro fala sobre acidente que causou morte de advogada
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