
Disputa estará em andamento até o dia 1º de outubro. Rio Paraná, em Presidente Epitácio (SP)
Assessoria de Imprensa/Prefeitura de Presidente Epitácio (SP)
Ao buscar reforçar a identidade ambiental da cidade e estimular a preservação da biodiversidade, a Associação em Defesa do Rio Paraná, Afluentes e Mata Ciliar (Apoena) e a Prefeitura de Presidente Epitácio (SP) realizam uma campanha para escolher uma ave símbolo para o município.
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“Presidente Epitácio é uma estância turística com uma das paisagens mais belas do Brasil, banhada pelo majestoso Rio Paraná e cercada por uma natureza exuberante. Essa campanha é mais uma forma de valorizar nossa fauna e reforçar o orgulho epitaciano. Queremos que a população participe ativamente desse processo, escolhendo a ave que melhor nos representa”, explicou o prefeito André Ferraz Lima (Republicanos).
O presidente da Apoena, Djalma Weffort, comentou que essa campanha vai além da escolha de um símbolo.
“Essa iniciativa é educativa, cultural e ambiental. Ela fortalece o vínculo entre as pessoas e o meio ambiente, destacando a necessidade de preservar as aves que convivem conosco, tanto na zona urbana quanto rural”, afirmou o ambientalista.
Candidatas a ave símbolo de Presidente Epitácio
Entre as mais de 300 espécies de aves que habitam o município, foram selecionadas doze representantes, cada uma com características marcantes e importância ecológica. Confira abaixo:
Arara-canindé registrada pelo fotógrafo alemão Peter Mix no Oeste Paulista
Peter Mix
Arara-canindé
Com plumagem azul e amarela vibrante, a arara-canindé é símbolo da exuberância da biodiversidade brasileira. Além de sua beleza, é essencial para a dispersão de sementes, indicando ecossistemas saudáveis.
Voa aos pares, muitas vezes acompanhados por um filhote. Nidifica preferencialmente em troncos de coqueiros mortos, onde escava um buraco fundo o bastante para minimizar o ataque de predadores e para se proteger da chuva e do vento.
Ao chegar no ninho, entra de cabeça para baixo para alimentar os filhotes com coquinhos e frutas variadas.
A espécie está ameaçada de extinção no Estado de São Paulo e já não mais se encontra no litoral paulista.
Beija-flor-tesoura (Eupetomena macroura), pelo fotógrafo Peter Mix
Peter Mix
Beija-flor
É o maior beija-flor da região oeste de São Paulo. Pode ser encontrado em bordas de mata, capoeiras e áreas verdes urbanas, onde é muito comum. Costuma visitar tanto jardins floridos de casas como ambientes domésticos mais restritos, como varanda de apartamentos. Alimenta-se basicamente do açúcar disponível no néctar das flores, mas também captura insetos em voo ou em teias de aranha.
Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus), pelo fotógrafo Peter Mix
Peter Mix
Bem-te-vi
O bem-te-vi é um dos pássaros mais populares do Brasil, junto com o sabiá-laranjeira e o canário-da-terra. É inconfundível pela sua vocalização, que interpretamos como “bem te vi”, de onde vem seu nome popular.
Pertence a um grupo de aves muito parecidas entre si, como o neinei, o bentevizinho, entre outros. Ocorre em todo tipo de ambiente e possui uma alimentação muito variada.
Canarinho-da-terra (Sicalis flaveola) registrado pelo fotógrafo Peter Mix no Oeste Paulista
Peter Mix
Canarinho-da-terra
Conhecido pelo canto melodioso e pela plumagem amarela intensa, o canarinho-da-terra representa a alegria cotidiana e a convivência harmoniosa entre natureza e cidade. Comum e de ampla distribuição, o canário-da-terra pode ser encontrado em casais ou bandos, tanto em áreas rurais quanto urbanas.
Vocaliza com timbre agudo e forte, começando da madrugada até o fim da manhã. Constrói ninho em telhados, ninhos de joão-de-barro abandonados, postes de cerca e outras cavidades protegidas. Foi alvo de capturas ilegais e ainda é frequentemente atacado por animais domésticos, principalmente gatos.
Cavalaria (Paroaria capitata), pelo fotógrafo Peter Mix
Peter Mix
Cavalaria
A cavalaria é facilmente encontrada em beira de rios e lagos, matas de várzea e em campos abertos do oeste paulista. Sua área de ocorrência em São Paulo parece estar em expansão, principalmente ao longo dos grandes rios, como o Peixe, Aguapeí e Tietê. Vive em grupos e está sempre irrequieta. Possui cabeça vermelho-vivo, dorso preto, barriga branca e bico amarelo. Alimenta-se de insetos e outros vertebrados, mas também aprecia frutos e sementes, que apanha da vegetação a baixa altura ou no chão. Permite aproximação de humanos e frequentemente procura alimento em áreas urbanas, onde estabelece território.
João-de-barro (Furnarius rufus), pelo fotógrafo Peter Mix
Peter Mix
João-de-barro
Espécie de ocorrência ampla, o joão-de-barro pode ser facilmente encontrado em ambientes abertos e áreas urbanas, sendo uma das aves mais conhecidas do Brasil. Vive em casais, mas não há dimorfismo sexual. É territorial e defende bravamente seu espaço. Macho e fêmea vocalizam em dueto, com voz estridente, em conjunto pelo casal.
Seu ninho tem formato de forno e é construído de barro, capim e esterco, executado em conjunto pelo casal. A entrada para a câmara incubadora é estreita e curva, dificultando a predação dos filhotes.
João-pinto (Icterus croconotus), pelo fotógrafo Peter Mix
Peter Mix
João-pinto
Pode ser avistado de longe devido às cores vivas de sua plumagem, principalmente o laranja, que contrasta com a máscara e o peito pretos. Não possui dimorfismo sexual. A alimentação varia de frutas a néctar, incluindo pequenos vertebrados e insetos.
É encontrado em áreas abertas, com árvores esparsas, visita chácaras à procura de frutas, mas também pode aparecer em áreas urbanas. Já foi muito perseguida e capturada por traficantes de animais silvestres para ser aprisionada em gaiola.
Mutum-de-penacho (Crax fasciolata) registrado pelo fotógrafo Peter Mix no Oeste Paulista
Peter Mix
Mutum-de-penacho
Ave de grande porte e hábitos terrestres, fundamental para a manutenção da floresta através da dispersão de frutos. A espécie encontra-se criticamente ameaçada de extinção no Estado de São Paulo, sua escolha reforça a necessidade urgente de conservação das áreas naturais. É encontrada em poucas localidades do oeste paulista, sempre em matas ciliares de rios. Impressiona pelo porte (83 centímetro e 2,3 quilos), o caminhar ereto e a beleza da plumagem. Na alimentação, consome frutas, sementes e folhas, mas também aprecia gafanhotos, caramujos e outros invertebrados.
Os filhotes nascem após cerca de 30 dias de incubação e logo acompanham os pais em suas andanças em busca de alimento, mas dormem ao abrigo das asas da mãe por algum tempo.
Papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva) registrado pelo fotógrafo Peter Mix no Oeste Paulista
Peter Mix
Papagaio-verdadeiro
Espécie carismática, reconhecida pela inteligência e vocalização. Importante dispersor de sementes, simboliza a diversidade e a harmonia entre o homem e a natureza. O papagaio-verdadeiro é maior que o periquito e tem uma cauda larga e curta. Tem plumagem toda verde, com a cara amarela e a testa azul, além de uma mancha vermelha na asa e na cauda. Costumam reunir-se em grupos no final do dia para seguirem juntos para o dormitório noturno.
A vocalização lembra um “curau-curau”. Alimenta-se de frutos e sementes. Faz ninho em ocos de árvores, mas também usa barrancos ou brechas de rochedos.
Pica-pau-de-testa-amarela (Melanerpes flavifrons), pelo fotógrafo Peter Mix
Peter Mix
Pica-pau-de-testa-amarela
É o pica-pau mais colorido do oeste paulista, com um acentuado dimorfismo sexual. O macho possui a cabeça vermelha e a testa amarela. A espécie é particularmente barulhenta e manifesta-se com voz estridente e alta, muitas vezes em voo, quando vai de copa em copa das árvores. A vocalização pode ser interpretada como “Benedito”, que lhe conferiu o nome popular. Alimenta-se principalmente de frutos. É sociável, costuma viver em casais ou pequenos grupos.
Quero-quero (Vanellus chilensis) registrado pelo fotógrafo Peter Mix no Oeste Paulista
Peter Mix
Quero-quero
Comportamento territorial e postura protetora fazem do quero-quero um símbolo de vigilância e resistência. É comum em campos abertos e áreas urbanizadas, destacando a importância das pastagens naturais. Uma das aves mais populares do Brasil, o quero-quero habita pastagens, banhados, brejos e áreas abertas, incluindo cidades. É ativo durante o dia, mas o “quero-quero” que dá sua vocalização pode ser ouvido também à noite. Vive em casais ou bandos.
Comunicam-se entre si por meio de chamados típicos e comportamentos variados, exibindo a plumagem. Alimenta-se de artrópodes e pequenos peixes. Nidifica em depressões rasas, cavadas diretamente no chão.
Os ovos, assim como os filhotes, pouco se destacam no solo, graças a seus padrões de camuflagem.
Tucano (Ramphastos toco) registrado pelo fotógrafo Peter Mix no Oeste Paulista
Peter Mix
Tucano
Famoso pelo bico longo e colorido, o tucano é essencial na dispersão de sementes e na manutenção da diversidade vegetal. Representa beleza, equilíbrio ecológico e preservação ambiental. Também chamado de tucano-toco, o tucanuçu possui um bico alaranjado grande que pode ser visto de longe, sendo uma das espécies mais conhecidas dessa família de aves.
Não vive exclusivamente em florestas, como a maior parte dos tucanos brasileiros, sendo encontrado em diferentes tipos de ambientes, como matas isoladas (capoeiras), campos e áreas urbanas. Vive em casal e forma pequenos bandos. Nidifica preferencialmente em ocos de árvores.
Participação popular
A escolha da ave símbolo é realizada por meio de votação popular, disponível no site oficial da Prefeitura de Presidente Epitácio, e seguirá até 1° de outubro.
Após a definição da ave símbolo pela população, a proposta será formalizada com a elaboração de um projeto de lei, que será encaminhado à Câmara Municipal, para oficializar a espécie escolhida.
De acordo com Djalma Weffort, esta campanha marca mais um passo importante na valorização ambiental e cultural da Estância Turística de Presidente Epitácio, unindo tradição, identidade e compromisso com a preservação da biodiversidade.
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