
As investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro revelaram crimes envolvendo violência psicológica, física e sexual. Em todas as abordagens, as vítimas – que tinham entre 11 e 19 anos de idade – eram expostas a situações humilhantes. Polícia Civil prende cinco suspeitos de crianças e adolescentes em oito estados e no Distrito Federal
Uma operação em oito estados e no Distrito Federal, policiais chegaram a cinco suspeitos de alianças crianças e adolescentes para que fornecessem fotos e vídeos em situações intimas. Depois, chantageavam as vítimas, obrigando até a que mutilassem o próprio corpo. Meninas de 11 a 19 anos.
As investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro revelaram crimes envolvendo violência psicológica, física e sexual. Em todas as abordagens, as vítimas – que tinham entre 11 e 19 anos de idade – eram expostas a situações humilhantes. Os bandidos se aproximavam de uma forma aparentemente inofensiva e, depois, as crianças e as jovens eram coagidas, ameaçadas e obrigadas a participar de desafios em redes sociais, como se automutilar.
“Através de aplicativos de namoro, ganhavam a confiança delas e, quando elas compartilhavam nudes, começava aí toda a questão de violência psicológica, ameaça, para que essas meninas e mulheres participassem de grupos de desafios, e ali elas eram obrigada a se mutilarem de uma forma muito cruel, escreverem o nome desses homens em partes dos seus corpos”, diz a delegada Gabriela Von Beauvais.
Em abril, a mãe de uma vítima procurou a polícia e contou o que a filha vinha sofrendo e ajudou os investigadores a chegar ao grupo. A primeira etapa da operação foi mantida em sigilo, já que a especialidade desses aliciadores é deletar as provas de forma rápida. Um homem foi preso temporariamente.
Nesta segunda-feira (30), na segunda fase da operação, Victor Bruno Tavares de Oliveira, de 20 anos, teve a prisão convertida em preventiva. Mais quatro homens foram presos, apesar de usar nomes e perfis falsos na internet. O militar da Aeronáutica Pedro Henrique Silva Lourenço, de 20 anos, estava em casa, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Gustavo Barbosa da Silva, em São Paulo. João Vitor Franca de Souza, em Goiás. E Gustavo Oliveira Viana, no Piauí.
Os mandados de busca e apreensão e de prisão também foram cumpridos no Distrito Federal e em mais quatro estados. Os investigadores dizem ter encontrado mais de 200 mil arquivos com mensagens, fotos e vídeos pornográficos. Alguns desses conteúdos foram vazados pela quadrilha entre alunos das escolas onde as vítimas estudam. A maioria dessas jovens ainda não teve coragem de denunciar o caso por medo, vergonha e constrangimento, segundo a polícia.
Em uma conversa, o bandido ameaçava vazar as imagens para a mãe de uma das jovens, e ela diz:
”Cara, minha mãe não tem nada a ver com isso. Me vaza, mas não usa nome dela”.
Em outro diálogo, o aliciador escreve:
“Vou acabar com a sua vida inteira”.
A polícia afirma que o perigo está dentro de casa e pede que os responsáveis redobrem a atenção com os filhos nas redes sociais.
“O perigo pode estar no celular. A gente quer alertar toda a sociedade, principalmente, pais de crianças e adolescentes, para que eles monitorem as redes sociais, porque ali são praticados crimes cruéis, e nós precisamos combater”.
O Jornal Nacional não conseguiu contato com a defesa dos presos.
Polícia Civil prende cinco suspeitos de crianças e adolescentes em oito estados e no Distrito Federal
Reprodução/TV Globo
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