
Pauta de reivindicações também inclui estabilidade e redução da jornada Com boa participação dos trabalhadores, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região (SindmetalSJC) deu largada na Campanha Salarial 2025. Os metalúrgicos definiram, em assembleias gerais, no dia 26 de junho, a pauta de reivindicações da categoria.
A luta será por 11% de reajuste, fim da escala 6×1, estabilidade no emprego e revogação das reformas trabalhista e previdenciária. As assembleias aconteceram na sede do Sindicato, em São José dos Campos. Participaram metalúrgicos de 27 fábricas.
Assembleia geral abre Campanha Salarial 2025 dos metalúrgicos
Roosevelt Cássio/SindmetalSJC
A Campanha Salarial é o período em que o Sindicato leva para os grupos patronais as reivindicações dos trabalhadores. Além das cláusulas econômicas, estarão no centro das negociações as cláusulas sociais com os direitos da categoria.
A entrega da pauta para os grupos patronais acontecerá a partir do dia 30.
Inflação
Na pauta das reivindicações de caráter econômico, está o aumento real de salário. Nos últimos 12 meses, a alta do custo de vida vem comprometendo o orçamento dos trabalhadores. Basta ir ao supermercado para sentir quanto o preço dos alimentos está pesando no bolso. Em 12 meses (até abril de 2025), a inflação dos alimentos foi de 7,76%, mas este número não reflete a realidade. O café, por exemplo, acumulou alta de 65,74%; e a carne bovina, 28,66%.
A projeção para o período que antecede a data-base do SindmetalSJC (setembro de 2024 a agosto de 2025) é de que a inflação fique entre 4% e 4,5%. Considerando a necessidade de aplicar aumento real aos salários, os metalúrgicos reivindicam um total de 11% de reajuste.
Produtividade
A pauta econômica da Campanha Salarial foi baseada na produtividade das fábricas, ou seja, o quanto cada trabalhador produziu em riqueza para as empresas. Nesse quesito, a Embraer chama a atenção. A produtividade da companhia aumentou 37,7% em 2024. Isso significa que os metalúrgicos trabalharam mais e a empresa gastou menos para produzir.
Os dados econômicos foram apresentados, nas assembleias, pela pesquisadora do Instituto Latino-americano de Estudos Socioeconômicos (Ilaese), Ana Paula Santana.
Outras reivindicações
Os metalúrgicos também darão continuidade à luta pelo fim da escala de trabalho 6×1 (seis dias de trabalho e um dia de folga). Uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) neste sentido está em tramitação no Congresso Nacional, mas é preciso que os parlamentares sejam pressionados pelos trabalhadores. Sem mobilização e pressão, dificilmente a proposta será aprovada.
Assembleia geral abre Campanha Salarial 2025 dos metalúrgicos
Roosevelt Cássio/SindmetalSJC
Ano após ano, um número expressivo de metalúrgicos são desligados e contratados na região. Esse quadro revela a necessidade da luta pela estabilidade no emprego. Segundo o Ilaese, a alta rotatividade nas fábricas leva à substituição de quase um terço da categoria e ao rebaixamento da média salarial. Por isso, é fundamental a luta pela estabilidade no emprego.
“A Campanha Salarial é o principal momento de luta coletiva da categoria. É quando colocamos em discussão o reajuste salarial e a renovação e ampliação de direitos. Vamos mostrar que os patrões ganharam muito e pagaram pouco pelo nosso trabalho. Mais uma vez, faremos uma Campanha Salarial com os metalúrgicos unidos e organizados contra qualquer tentativa de retirada de direitos”, afirma o presidente do SindmetalSJC, Weller Gonçalves.
Pauta de reivindicações aprovada:
– Reajuste salarial de 11%;
– Estabilidade no emprego;
– Fim da escala 6×1;
– Redução da jornada sem redução de salário;
– Revogação das reformas trabalhista e previdenciária.
Pauta das mulheres
Além de defender as reivindicações da categoria metalúrgica como um todo, o Sindicato vai levar para as mesas de negociação uma pauta específica das mulheres, que inclui, por exemplo:
– Licença remunerada para mulheres e pessoas LGBT+ que forem vítimas de violência doméstica ou social;
– Postos compatíveis para mulheres no período de gestação;
– Auxílio-creche de um piso salarial para filhos com zero a seis anos de idade;
– Sala de amamentação;
– Ajuda de custo para pais de filhos com necessidades especiais.
Contribuição assistencial
Nas assembleias gerais, os metalúrgicos aprovaram o percentual da contribuição assistencial da categoria, ficando 1% para sócios e 5% para não sócios, em caso de celebração de convenções e acordos coletivos na Campanha Salarial.
Na assembleia, também foi aberto o direito de oposição, conforme edital publicado.
Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região junho 25