
A ré foi a júri popular em maio de 2024 e recebeu pena de 16 anos e quatro meses de prisão. Defesa recorreu, mas a Justiça não acatou os argumentos. Tenente-coronel da PM foi morto a tiros em Araçatuba (SP), em 2004
TV TEM/Reprodução
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) negou o recurso apresentado pela defesa da ex-policial militar Miriam Cristiane Sanche de Zacarias, condenada a 16 anos de prisão por ser mandante da morte do ex-marido, em Araçatuba (SP).
📲 Participe do canal do g1 Rio Preto e Araçatuba no WhatsApp
Ela foi submetida a júri popular em maio de 2024 e recebeu pena de 16 anos e quatro meses em regime fechado.
A defesa recorreu da decisão, pedindo a anulação da sentença ou a redução da pena. Todavia, os desembargadores entenderam que a condenação foi correta e mantiveram a pena fixada pelo Tribunal do Júri.
Os argumentos apresentados para desconsiderar agravantes também foram rejeitados. O g1 tenta contato com a defesa da ré.
Ex-policial militar acusada de mandar matar o ex-marido é condenada a 16 anos de prisão
O crime
Miriam foi julgada por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa do tenente-coronel Paulo Roberto Zacarias Cunha. O PM foi morto em 21 de fevereiro de 2004, com dois tiros nas costas, quando deixava a casa da ex-sogra.
Miriam chegou a ser presa pelo crime no mesmo dia, na casa onde morava em Penápolis (SP), mas respondeu ao processo em liberdade.
À época, Miriam foi expulsa da PM e condenada a 14 anos de prisão pela Justiça Militar pelo homicídio, porém, o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou a condenação pelo Tribunal Militar por entender que a mulher teria que ser julgada pela Justiça comum.
O namorado de Miriam, Fábio Bezerra, que na época foi julgado por ter atirado em Paulo, foi condenado a 20 anos de prisão no primeiro júri, mas recorreu e a pena foi reduzida para 12 anos de reclusão. A pena já foi cumprida.
Namorado da ex-PM, Fábio Bezerra, foi condenado pelo crime em Araçatuba (SP), há 20 anos
TV TEM/Reprodução
Na sessão do Tribunal do Júri, os advogados de Bezerra defenderam a tese de legítima defesa, alegando que ele matou Paulo Roberto porque era ameaçado de morte pelo coronel. Mas, o Ministério Público concluiu que os tiros pelas costas comprovaram que o homicídio foi praticado por motivo torpe e mediante traição.
Assassinato
O crime ocorreu em 21 de fevereiro de 2004, em Araçatuba. Paulo foi casado com a então soldado da PM, mas o casal estava separado. Conforme a investigação da época, Paulo pretendia reatar o casamento. No dia crime, os dois se encontraram no rancho de um amigo.
Na mesma noite, ele foi até a casa da sogra e ao chegar no local de motocicleta, por volta das 23h, Paulo foi atingido por dois tiros nas costas disparados por Fábio Bezerra, que também estava em uma moto.
Conforme a acusação, Miriam passou a informação do horário que ele chegaria na casa da sogra para o namorado, além de fornecer a arma usada no crime.
Arma usada no crime em Araçatuba (SP) foi apreendida
TV TEM/Reprodução
Veja mais notícias da região em g1 Rio Preto e Araçatuba.
VÍDEOS: confira as reportagens da TV TEM