Árbitro preso em partida de futebol era responsável por armazenar droga de organização criminosa, diz delegado


Ederson Carlos da Silva, de 38 anos, foi capturado enquanto apitava a final de um campeonato de várzea em Guarujá (SP). Ele era procurado pela Justiça por tráfico de drogas. Árbitro é preso durante jogo de futebol amador no litoral de SP
Ederson Carlos, o árbitro que foi preso durante um campeonato de futebol de várzea em Guarujá, no litoral de São Paulo, era procurado pela Justiça por tráfico de drogas. Conforme apurado pelo g1 junto à Polícia Civil, ele foi apontado nas investigações como o responsável pela logística do armazenamento de entorpecentes de uma organização criminosa.
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De acordo com a Polícia Militar, o homem foi localizado durante um cumprimento de mandado de prisão preventiva expedido pela 3ª Vara Criminal de Guarujá. Ele foi preso dentro de um campo de futebol na Avenida Artur Paixão, no bairro Vila Ligya, no domingo (22).
Ao g1, o delegado divisionário da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), Eduardo Camargo Lima, contou que as investigações começaram após a apreensão de 450 kg de cocaína na capital paulista.
Lima explicou que, na ocasião, o motorista do caminhão e um homem que realizava a escolta da carga até a cidade de Guarujá foram presos em flagrante. A partir disso, equipes da 6ª Dise de São Paulo iniciaram a ‘Operação Santo Amaro’ e identificaram outros envolvidos no crime, entre eles o árbitro.
À esquerda, cocaína escondida em sacos de tapioca foi apreendida durante operação que investigava árbitro. À direita, Ederson Carlos da Silva foi capturado enquanto apitava a final de um campeonato de várzea em Guarujá (SP)
SSP-SP/Divulgação e Redes Sociais
“Segundo apurado pela investigação, ele [Ederson] era o responsável pela logística e o armazenamento da grande quantidade de cocaína. Ele utilizava-se de algumas casas alugadas pela organização criminosa para estocar essa droga, que depois era distribuída”, afirmou o delegado.
Em novembro de 2024, cinco homens envolvidos com o “alto escalão” da organização criminosa foram presos, sendo que um deles foi flagrado com cocaína escondida em sacos de tapioca. Os outros envolvidos não foram localizados e se tornaram procurados pela Justiça, o que foi o caso de Ederson.
“Pela ficha dele e tudo o que a gente conseguiu levantar, ele trabalhava como encarregado em uma empresa. A gente não tinha a informação de que ele apitava em partidas de futebol”, explicou Lima. “Como a gente não localizou, ele ficou procurado e aí o pessoal de Guarujá conseguiu prendê-lo”.
O g1 tentou contato com a defesa de Ederson, mas não a localizou até a última atualização desta reportagem.
Árbitro localizado
Ederson aplicou cartão amarelo para jogador segundos antes de ser preso em Guarujá (SP)
Redes sociais
À equipe de reportagem, o delegado titular da Delegacia Sede de Guarujá, Glaucus Vinícius Silva, afirmou que o árbitro participava de sindicatos e associações, o que o tornava uma pessoa exposta publicamente. Ainda segundo Glaucus, as movimentações de Ederson eram confrontadas com os dados do Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões.
“Ele é uma pessoa que tem uma atividade social muito ativa, então ele era alguém que já estava nos radares”, afirmou Glaucus. “Esses bancos [de mandados] são comparados com outros registros, com mídias sociais […] Eu não posso falar como, nem por onde, mas é uma confluência de análise de dados com sistema de informação e inteligência que a gente tem hoje”, acrescentou o delegado.
Prisão
O homem apitava uma partida decisiva de futebol amador quando foi preso dentro do campo na Avenida Artur Paixão, no bairro Vila Ligya, no domingo (22). Não há detalhes sobre o crime cometido pelo árbitro.
Um vídeo mostra Ederson aplicando cartão amarelo para um atleta segundos antes de ser abordado pelos policiais. O jogador Wellington Paulista, conhecido por passagens em clubes como Palmeiras, Botafogo e Santos FC, faz parte de um dos times de várzea que estava na partida de futebol.
Após a prisão, o suspeito foi levado a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade para exame médico e, em seguida, encaminhado à Delegacia Sede de Guarujá. Ele permaneceu preso e à disposição da Justiça.
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