
Meninas de 3 e 7 anos e menino de 8 foram feridos. Cachorro estava solto no hall de entrada e sem focinheira. Caso é investigado como lesão corporal e omissão de cautela. Crianças ficam feridas após ataque de pitbull em condomínio de Monte Mor
Três crianças foram atacadas por um cachorro da raça pitbull dentro de um condomínio em Monte Mor (SP), no sábado (21). As vítimas são duas irmãs, de 3 e 7 anos, e um menino de 8. O animal, segundo os relatos, estava solto e sem focinheira no hall de entrada do prédio. O caso foi registrado como lesão corporal e omissão de cautela na guarda de animal.
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O ataque ocorreu quando a família das meninas voltava do parquinho. A mãe, Gabrielle dos Santos, contou que o cão estava do lado de dentro do prédio, enquanto ela e os filhos estavam do lado de fora.
“Ele estava solto, mas no hall, tipo, do lado de dentro da torre, e a gente do lado de fora. Aí o rapaz foi e abriu. No que ele abriu, ele já veio certeiro e pegou ela”, relatou.
A primeira a ser atacada foi Sofia, de 7 anos. Gabrielle disse que tentou intervir para proteger a filha e conseguiu abrir a boca do animal.
“No que ele pegou a Sofia, eu soltei a Alice, que ela estava no meu colo, coloquei ela no canto e fui ajudar a Sofia. Tanto que eu fui pro chão com a Sofia, que ele já estava arrastando ela. Batia nele […] ele não soltava. Aí eu comecei a abrir a boca dele, assim, que foi… demorou um tempo. Eu consegui soltar a boca dele.”
Pitbull ataca três crianças dentro de condomínio em Monte Mor; pais relatam momentos
Reprodução/EPTV
Ainda segundo Gabrielle, logo após soltar Sophia, o cachorro atacou Alice de apenas 3 anos.
“A hora que eu soltei ele, que eu pensei que já foi um alívio pra mim, ele já pegou a Alice. Ela estava de pé, aí ele veio e pulou na cabeça da Alice, e derrubou a Alice no chão e já começou a arrastar a Alice e sacudir a Alice pela cabeça também.”
As duas meninas foram levadas à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Amanda, em Hortolândia (SP). Sofia sofreu lesões na região da costela. Alice precisou levar pontos na cabeça e na boca.
O pai das meninas, João Paulo de Souza, afirmou que a família cobra responsabilização.
“Na verdade, a gente queria que tivesse Justiça, dele ter ficado preso, né? É o que a gente queria muito que acontecesse. Até então, as minhas filhas estão até com medo de voltar lá pra visitar a própria avó. Isso indigna a gente, né? Deixa a gente muito triste”, disse.
Segundo ataque
Pouco depois do ataque às meninas, o menino Enzo Gabriel da Cruz Bertolino, de 8 anos, também foi mordido pelo mesmo cão. Ele voltava do parquinho para casa quando viu o animal e tentou correr.
“Eu fui procurar o meu pai lá no parquinho, aí ele não estava. Eu fui voltar pra casa pra beber água e brincar de novo. Aí eu vi o cachorro. Eu tentei correr, mas ele foi direto na minha perna. Eu gritei muito, gritei muito, aí o segurança me pegou e chutou o cachorro.”, relatou o menino.
O pai de Enzo, Carlos Alberto Bertolino, relatou que correu assim que soube do ataque.
“Na hora que eu subi, que eu estava com meus outros dois filhos, aí eu peguei e escutei um grito, o pessoal falando ‘pegou a criança’. Olhei aqui na janela e não vi ele dentro do campo. Aí já fui logo correndo, desci as escadas e na hora que eu presenciei, o segurança já estava segurando ele todo ensanguentado.” O menino também foi atendido na UPA e levou pontos na perna.
Criança foi atacada por cão da raça pitbull em Monte Mor
Reprodução/EPTV
Vídeos feitos por moradores mostram o cão ainda solto após os ataques. O tutor aparece nas imagens caminhando até o animal e o pega no colo. Moradores afirmam que o tutor já havia deixado o cachorro solto em outras ocasiões, inclusive sem focinheira, mesmo sendo alertado. O condomínio fica próximo a uma quadra onde crianças costumam brincar.
Adestrador alerta para riscos
O adestrador Roberlei de Jesus explicou que cães da raça pitbull têm comportamento que exige controle e responsabilidade.
“É um cachorro… ele tem uma mordida muito potente. Então é um cachorro agitado. Se não tiver um controle absoluto dele, ele pode vir atacar e realmente fazer um estrago”, diz o adestrador.
Ele reforça a importância do adestramento.
“Ali o erro foi não ter focinheira, não ter coleira… não ter adestramento, que seria o principal. A partir do momento que você adquire um cachorro dessa raça, você tem que ter adestramento.”
Investigação
Segundo a Polícia Militar, o tutor do cachorro foi localizado e prestou esclarecimentos. Ele responderá em liberdade.
O boletim de ocorrência foi registrado na delegacia de Hortolândia. As famílias têm até seis meses para representar criminalmente contra o responsável.
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