Entre quinta-feira (19) e sábado (21), foram realizados 83 voos de balões em Boituva, entretanto, apenas 65 voos estavam cadastrados no novo formulário obrigatório do município. Empresas de balões descumprem formulário da Prefeitura de Boituva
Mesmo com um formulário obrigatório implementado após a morte de uma turista, quase 20 voos de balões não foram informados à prefeitura de Boituva (SP) no feriado prolongado, entre quinta-feira (19) e sábado (21).
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O sistema foi implementado na quarta-feira (18) como medida de segurança, após o acidente, no dia 15 de junho, que causou a morte de uma passageira e deixou 11 pessoas feridas. As empresas devem preencher o formulário com no mínimo quatro horas de antecedência no site da prefeitura.
Durante o feriado, foram realizados 83 voos de balões em Boituva. No entanto, segundo a prefeitura, apenas 65 voos estavam cadastrados no formulário obrigatório.
Balão tripulado cai em área rural de Capela do Alto
Arquivo Pessoal
À TV TEM, a prefeitura informou que a Secretaria Municipal de Segurança Pública, por meio da Guarda Civil Municipal (GCM), fez orientações sobre o cadastro para as empresas que não tinha conhecimento, mesmo com a nota oficial divulgada nos canais do município.
Na quinta-feira (19), foram cadastrados oito voos, mas 15 balões voaram. Na sexta-feira (20), foram cadastrados 12 voos e voaram quase o dobro: 23 balões. Já a partir de sábado (21), todos os 45 voos estavam devidamente cadastros e, no domingo, não houve voos por conta das condições climáticas.
Atualmente, Boituva possui nove empresas com Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) aberto para prática de balonismo na cidade e apenas uma delas preencheu o formulário online neste período.
Outras 21 empresas também comunicaram os voos, porém com CNPJ inscrito em outro município. Neste caso, as empresas só poderão realizar novos voos em Boituva se a situação estiver regularizada ao cadastrarem o CNPJ também na cidade.
Balão tripulado faz pouso de emergência em Sorocaba
Pouso de emergência
Menos de uma semana desde o acidente que matou Juliana Alves Prado Pereira, de 27 anos, após balão cair em área rural de Capela do Alto (SP), outro pouso de emergência foi registrado na região de Sorocaba (SP), no sábado (21).
O balão tripulado fez um pouso de emergência em uma área de campo aberto no bairro do Éden, em Sorocaba (SP), na manhã deste sábado (21). Ninguém ficou ferido. Um vídeo registrado por um morador mostra três balões sobrevoando a região (assista acima).
O incidente aconteceu no mesmo dia em que um balão caiu em Praia Grande, em Santa Catarina, deixando 8 mortos.
Balão tripulado faz pouso de emergência em Sorocaba (SP)
Diego Oliveira/Arquivo pessoal
Conforme apurado pela TV TEM, três balões saíram de Boituva (SP) e um deles precisou fazer o pouso em Sorocaba, por volta de 8h40, devido à força do vento. Segundo a Polícia Militar, que atendeu a ocorrência, apesar do susto, o balão pousou com segurança e ninguém ficou ferido.
Havia 15 pessoas no balão, sendo dez paraquedistas e cinco familiares. Os paraquedistas saltaram ainda em Boituva e, por ter ficado mais leve, o balão pegou vento e precisou pousar em Sorocaba. De acordo com o piloto, o cesto pousou em pé, virando somente quando estava vazio. Ele disse também que o balão foi recolhido e levado de volta para Boituva.
Apesar de a PM ter informado à TV TEM que o pouso é considerado de emergência, o piloto do balão, William Aguilar, diz que foi uma decisão dele de pousar no local e que tudo ocorreu normalmente.
Voos de balões voltaram a ser realizados em Boituva (SP), quatro dias após um deles cair em Capela do Alto (SP)
Jamie Rafael/TV TEM
O que dizem os órgãos fiscalizadores
Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o balonismo é reconhecido como uma atividade desportiva, considerado de alto risco e “ocorre por conta e risco dos envolvidos”.
“A Anac informa ainda que as aeronaves registradas para este tipo de atividade não são certificadas e não têm garantia de aeronavegabilidade. Além disso, não existe uma habilitação técnica emitida pela Anac para operar balões. Cabe ao praticante ou operador a responsabilidade pela segurança da operação.”
Já o Ministério do Turismo informou que as agências de turismo que oferecem o serviço, devem obrigatoriamente ter registro no Cadastro de Prestadores de Serviços Turísticos (Cadastur), conforme a Lei nº 11.771, de 17 de setembro de 2008.
“A regulamentação e a fiscalização das normas de operação do balonismo é de responsabilidade da ANAC, que atualmente divide a prática em balonismo desportivo e profissional, e com quem o Ministério do Turismo trata da regulamentação da atividade para fins turísticos desde o início deste ano.”
Conforme nota, o Ministério do Turismo está discutindo regulamentação da atividade para fins turísticos no país e que ainda nesta semana está prevista uma reunião com setores públicos e privados envolvidos com o balonismo para avançar nessa questão, permitindo que a atividade ocorra com a devida segurança e favoreça o adequado fortalecimento turístico local.
Balão com mais de 30 pessoas caiu em área rural de Capela do Alto (SP)
Arquivo Pessoal
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