‘Batalhadora, generosa e mãe dedicada’: quem era Priscila Mundim, morta pelo namorado policial penal afastado


O corpo de Priscila Mundim foi encontrado no quarto
Arquivo pessoal
Priscila Azevedo Mundim, de 46 anos, foi morta neste sábado (16) dentro de um apartamento, na Rua Vereador Geraldo Pereira, no bairro Padre Eustáquio, Região Noroeste de Belo Horizonte. O principal suspeito do crime é o namorado dela, Rodrigo Caldas, policial penal afastado desde 2024. Ele teve a prisão preventiva decretada neste sábado.
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Segundo a Polícia Militar, o corpo foi encontrado no quarto com sinais de espancamento e estrangulamento.
Auxiliar administrativa, mãe, dedicada à família
Priscila era auxiliar administrativa em uma empresa no bairro Camargos. Mãe de dois filhos, um rapaz de 22 e uma menina 10 anos, ela era descrita por familiares como uma mulher batalhadora, generosa e dedicada à família.
“Priscila sempre foi um ótima mãe, amiga, irmã, filha… Uma pessoa que só queria ser feliz”, disse Leonardo Alves, cunhado de Priscila.
Antes de atuar como auxiliar administrativa, ela trabalhou como vendedora em shopping e chegou a dividir funções com o irmão de Rodrigo, que hoje mora na Alemanha. A confiança que ela depositou no namorado Rodrigo Caldas, suspeito de cometer o crime vinha dessa conexão familiar. O casal estava junto há cerca de cinco meses.
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‘Lobo em pele de cordeiro’
Segundo relatos da família, o homem se apresentou como alguém íntegro e trabalhador, mas escondia um histórico de denúncias em relação a outras mulheres, além de nunca ter contato sobre o afastamento profissional.
“Ele era um lobo em pele de cordeiro. Um ator. Ele mentiu que estava trabalhando. Inclusive, na sexta-feira lá em casa, ele disse que estava no Ceresp quando o suspeito de matar o gari foi preso. Ele é uma pessoa muito articulosa. Jamais imaginamos que ele estava afastado do trabalho, que tinha uma medida protetiva contra ele”, disse.
Relacionamento abusivo
O relacionamento, segundo pessoas próximas, começou a apresentar sinais de ciúmes excessivos e comportamento possessivo por parte de Rodrigo.
Na noite anterior ao crime, o casal esteve na casa do cunhado de Priscila, onde discutiram por motivos considerados banais. Uma das brigas teria começado após uma brincadeira sobre futebol. Outra discussão aconteceu depois que Priscila tirou uma selfie, o que teria incomodado Rodrigo, que exigiu estar na foto e que ela a publicasse. O cunhado também relatou um comportamento possessivo do suspeito.
“Toda vez que ela levantava da cadeira para se dirigir a janela, ele já apresentava um olhar para ela de possessão”, disse.
A família deseja que a justiça seja feita.
“Ela era uma mulher honesta, sincera, idônea. Foi vítima de um psicopata. Quero sempre reforçar que ela é vítima, e ele é o culpado e deve ser preso”, afirmou a cunhada.
A Polícia Civil investiga o caso. Rodrigo Caldas, que teria usado uma faca para ferir a si mesmo após o crime, está internado sob escolta policial. (leia mais abaixo)
O corpo de Priscila Mundim foi encontrado no quarto.
Arquivo pessoal
O crime
De acordo com polícia, o corpo de Priscila foi encontrado no quarto do imóvel, que fica no segundo andar de um prédio na Rua Vereador Geraldo Pereira. Havia muito sangue espalhado pelo local, segundo o Corpo de Bombeiros. A suspeita é de que a discussão entre o casal tenha começado ainda durante a madrugada.
Ainda segundo o cunhado, Leonardo Alves, a vítima já havia tentado terminar o relacionamento anteriormente. Ele também relatou um comportamento possessivo do suspeito.
Rodrigo Caldas tentou tirar a própria vida com um corte na barriga e foi socorrido pelo SAMU. Ele foi encaminhado, a princípio, ao Hospital de Pronto-Socorro João XXIII onde permanece internado sob escolta policial. A unidade não divulga o estado de saúde dos pacientes.
Afastado do cargo
Em nota, a Sejusp informou que o “policial penal suspeito do crime estava afastado das atividades desde janeiro de 2024, por motivos psiquiátricos” e que “o armamento institucional do servidor já havia sido recolhido desde então”.
O Departamento Penitenciário (Depen) afirmou que será instaurado um procedimento administrativo pela Corregedoria e que está à disposição para auxiliar as investigações.
A Polícia Civil investiga o caso.
Rodrigo Caldas, suspeito do feminicídio contra Priscila Azevedo Mundim.
Reprodução/Redes Sociais
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