
Kassab diz que acha possível alguma anistia para Bolsonaro
Presidente do PSD, Gilberto Kassab defendeu que a anistia a quem tentou um golpe de estado “não é aberração” e que a proposta pode ser ajustada no Congresso Nacional, inclusive para o caso do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A fala foi dita nesta quinta-feira (14) ao Estúdio i, da GloboNews.
“Quando você fala em anistia, você não está falando em nenhuma aberração. Eu não tenho nenhum constrangimento em defender que seja debatido esse tema, mas que seja debatido também com cautela. Uma anistia pode ser feita de uma maneira modular, pode ser feita com muita calma”, disse Kassab.
Segundo Kassab, o caso de Bolsonaro pode ser analisado e “ser anistiado em relação à questão de prisão, em relação a uma punição que não seja a inelegibilidade, ou até em relação a outras questões que não envolvam a elegibilidade. Ou por que não também discutir a questão da elegibilidade?”, questionou.
“Eu tenho a minha opinião pessoal: acredito que uma anistia ampla, geral e irrestrita não convém, não é positiva para o Brasil neste momento. Mas também, no momento em que a gente defende uma anistia, se eu, como parlamentar e protagonista nesse processo, já colocasse uma posição pessoal dizendo: “Olha, eu defendo, desde que não aconteça isso, isso e aquilo…”, você estaria começando errado”, afirmou Kassab.
Kassab diz que anistia não é ‘nenhuma aberração’ e pode ser modulada no Congresso
Eleição de 2026
Kassab também falou que já informou ao presidente Lula (PT) que terá candidatura própria à presidência em 2026. Atualmente, o partido integra a base aliada do governo federal, com o comando de três ministérios.
“Ficou claro para o presidente, e isso ficou registrado nesse almoço, que o PSD caminha para ter candidatura própria para a Presidência da República. Temos dois pré-candidatos”, afirmou.
PSD terá candidatura própria para a presidência em 2026, diz Kassab
Segundo Kassab, os governadores do Paraná, Ratinho Júnior, e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, estão cotados para concorrer no próximo ano. Segundo ele, o partido pretende consolidar um dos dois nomes para definir quem será o escolhido.
“Então, são questões que a gente colocou com muita tranquilidade, de maneira muito respeitosa para o Presidente da República. Ficou claro para ele que, então, esse será o nosso caminho”, disse.
Além de presidente do PSD, Kassab é Secretário Estadual de Governo e Relações Institucionais de São Paulo, no governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos). Ele já declarou ser apoiador do projeto político de Tarcísio na eleição de 2026, seja para uma eventual reeleição no governo de SP, seja para uma candidatura presidencial.
Motim no Congresso
No dia 6 de agosto, deputados e senadores aliados a Jair Bolsonaro (PL) ocuparam o plenário das duas casas contra a prisão domiciliar imposta ao ex-presidente pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Hugo Motta é impedido de sentar em sua cadeira na Câmara, durante motim
GloboNews/Reprodução
O motim foi desmobilizado no Senado, mas precisou de negociação para ter fim na Câmara dos Deputados. Após o fim do motim, Hugo Motta, presidente da Casa, prometeu punir parte dos envolvidos.
Motta diz que punição sumária de parlamentares seria medida incorreta para motim na Câmara
Foram enviados 14 casos de deputados à Corregedoria da Câmara e citou uma resolução que prevê o rito ordinário: 5 dias úteis para defesa e mais 45 dias para o parecer do corregedor.
As representações, no entanto, tratam da suspensão cautelar de mandato, que estabelece um rito sumário. Por essa regra, o corregedor teria 48 horas para se manifestar e encaminhar um parecer para a mesa diretora.
Gilberto Kassab, presidente do PSD, em foto de 2024
Fábio Tito/g1