
Família busca respostas de hospital após mulher ficar em estado grave depois do parto
Uma mulher, de 34 anos, está internada em estado grave após complicações no parto e a família busca entender o que aconteceu. Bruna Paraíso sofreu parada cardíaca enquanto dava à luz a um menino durante uma cesariana no Hospital das Clínicas Dr. Mário Ribeiro, em Montes Claros, no dia 15 de julho. O bebê nasceu saudável e passa bem.
O hospital alega ter conduzido o atendimento de forma integralmente alinhada aos “protocolos clínicos para gestação de alto risco, sem qualquer evidência de negligência ou imperícia médica”. (Leia abaixo a nota na íntegra) Segundo a família, Bruna está inconsciente desde o dia do parto.
“[Na hora do parto] A obstetra percebeu que talvez algo não estivesse bem com Bruna e perguntou: Tudo bem aí Bruna? E Bruna respondeu: Eu tô sentindo um mal estar, essas foram as últimas palavras dela. Então, a obstetra chamou pelo anestesista que não estava próximo, ele já veio batendo no rosto dela para acordá-la”, contou a irmã, Raissa Paraíso.
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Ainda segundo o relato da irmã, assim que o anestesista percebeu a gravidade começou a gritar para que alguém da equipe fosse buscar um ambu, instrumento utilizado para fornecer ventilação artificial a pacientes com dificuldades respiratórias.
“Mesmo sendo leigos, nós percebemos que ali estava faltando equipamentos que eram importantes para a reanimação dela. […] Quando ela estava sendo reanimada e o bebê sendo retirado, a equipe começou a chamar minha mãe [que acompanhava o parto] para ver o bebê e tirar o foco dela para a situação. […] Quando a equipe entendeu que a minha mãe percebeu a gravidade, eles pediram e fizeram muita questão que ela se retirasse da sala”.
Bruna Paraíso passou por uma cesariana no dia 15 de julho
Arquivo pessoal
Bruna deu entrada no hospital no dia 14 de julho e o parto ocorreu no dia seguinte. A família alega que ela tinha um encaminhamento médico do pré-natal que indicava uma gravidez de risco, e estava com pressão alta e diabetes.
“Ela foi para o hospital com um encaminhamento do posto de saúde, o médico entendeu que ela não tinha condições de ter esse bebê por via de parto normal, ela estava muito inchada, pés e mãos. O bebê era muito grande, a circunferência abdominal do bebê era grande, um bebê gordinho. Então seria mais seguro para as condições dela ter o bebê por cesárea”.
A família está reunindo os documentos para dar entrada com uma ação no Ministério Público, e busca força e esperança em correntes de orações.
“Para nossa família, os amigos e os desconhecidos. Tem muitos desconhecidos rezando por ela, pessoas que nós nunca vimos na vida. Muitas igrejas rezando, queríamos agradecer de todo o nosso coração”, disse a irmã.
Leia na íntegra a nota do hospital
O Hospital das Clínicas Dr. Mário Ribeiro da Silveira esclarece que o atendimento à paciente Bruna Paraíso foi conduzido de forma integralmente alinhada aos protocolos clínicos e assistenciais vigentes para gestação de alto risco, sem qualquer evidência de negligência ou imperícia médica.
A maternidade do HCMR realiza, em média, 300 partos/mês (70% normais, 30% cesarianas), mantendo índices de complicação e mortalidade materna extremamente baixos. A confiança da comunidade médica é comprovada pelo fato de que a maioria das médicas de Montes Claros e região escolhe nosso hospital para o nascimento de seus próprios filhos.
No caso em questão, a hipótese técnica mais provável é a ocorrência de bloqueio alto inadvertido por raquianestesia, levando à ascensão do bloqueio até o nível do diafragma e consequente paralisia súbita deste, resultando em comprometimento respiratório agudo. Trata-se de evento raro, imprevisível e descrito na literatura médica, que pode ocorrer mesmo em procedimentos realizados com observância estrita das boas práticas e técnicas anestésicas.
O HCMR lamenta profundamente o desfecho, manifesta solidariedade à família e reafirma seu compromisso permanente com uma medicina segura, ética, humanizada e respaldada pela melhor evidência científica disponível.
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