
80% das cidades das regiões de Piracicaba e Campinas não contam com atendimento de telessaúde
Dezesseis das 18 cidades da área de cobertura do g1 Piracicaba e Região não oferecem o serviço de telessaúde na rede municipal de saúde. Embora esse tipo de atendimento não seja obrigatório por lei, pacientes e especialistas apontam que traz benefícios para desafogar os sistemas de saúde.
A telessaúde é um serviço criado para atendimentos com profissionais de saúde a distância, por meio de videochamadas. Foi criado para facilitar o acesso da população aos serviços e reduzir filas de espera em unidades físicas. Ele ganhou força na época da pandemia da covid-19.
Na região de Piracicaba, no entanto, apenas Cordeirópolis (SP) e Saltinho (SP) oferecem o serviço atualmente.
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Em Cordeirópolis, há teleatendimento de atenção básica no posto de saúde do Jardim Progresso. A iniciativa é vinculada ao Hospital das Clínicas de São Paulo, desde junho de 2024. O atendimento é oferecido à população do bairro.
Em Saltinho, segundo a prefeitura, já estão sendo realizados teleatendimentos nas áreas de saúde mental, saúde da família e nas Unidades Mistas de Saúde de Saltinho (Umis).
“Eu posso ter médicos de uma maneira remota utilizando um espaço muito mais reduzido. […] Em um atendimento remoto, uma vez que eu já leio aquele histórico do paciente, eu posso fazer [o atendimento] em menor tempo. E do ponto de vista de deslocamento do trânsito, sem dúvida nenhuma, a longo prazo, a gente pode ver bom resultado disso”, explica Thaís Leitão, médica e coordenadora da Saúde Digital em Campinas.
Em Campinas, por exemplo, de março de 2023 até o momento, foram realizados quase 93 mil atendimentos em telessaúde. Menos de 3% dos pacientes precisaram ser atendidos de forma presencial.
“Às vezes, em doenças crônicas, ele [paciente] consegue ter um acompanhamento mais constante. É um tipo de serviço que veio para ficar”, afirma Jamil Itani, advogado especialista em direito civil.
ARQUIVO: atendimento por telemedicina em Piracicaba, antes da interrupção do serviço
Divulgação/GMI
Piracicaba teve serviço interrompido
Já em Piracicaba, o serviço de telemedicina já foi oferecido na cidade, por meio de uma empresa contratada. No entanto, os contrato venceu, ainda na gestão passada, e a atual administração afirmou que, desde que assumiu, tem buscado viabilizar a retomada do serviço.
Para a dona de casa Marly Ferreira do Amaral Antunes, moradora da cidade, a oferta do serviço agilizaria os atendimentos de seus filhos Matheus, de 21 anos, e Ewerton, de 26, que nasceram com paralisia cerebral.
Toda vez que é preciso sair com um deles para uma consulta ou atendimento médico, Marli depende de transporte disponibilizado pela prefeitura, mas por agendamento. Ela contou que já chegou a perder consultas devido a problemas para conseguir os agendamentos.
“Seria [mais fácil com a telessaúde], com certeza. Porque daí facilitava a vida, não precisava estar transportando eles, eles ficavam em casa. Mais sossegado”, afirma Marly.
Segundo a Prefeitura de Piracicaba, a previsão é que a telemedicina seja retomada, em novos moldes, ainda em 2025.
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