Festival Negritudes reúne ancestralidade, beleza e empoderamento pelo segundo ano consecutivo em Salvador


Palco do Festival Negritudes Globo em Salvador no ano de 2024
Magali Moraes/Divulgação
A segunda edição do Festival Negritudes Globo em Salvador reuniu ancestralidade, beleza e empoderamento, nesta quinta-feira (24), na Chácara Baluarte, no Santo Antônio Além do Carmo, Centro da cidade.
A abertura do evento ficou por conta do bloco afro Ilê Aiyê, em parceria com a cantora Mariente de Castro. Juntos, eles homenagearam a cantora e empresária Preta Gil, que morreu no último domingo (20) em decorrência das complicações de um câncer de intestino.
Em cima do palco, com a foto de Preta ao fundo, os artistas cantaram “Grão”, música que Gilberto Gil escreveu em homenagem a Sandra Gadelha, mãe da cantora. O baiano também havia homenageado a filha no primeiro show da última turnê da carreira dele, em Salvador, no início do ano.
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Preta Gil recebe homenagem durante Festival Negritudes Globo 2025
Veja como foram as discussões
Mariene de Castro, Márcio Victor, Zebrinha e Gabz
“Cantos e contos brasileiros” é uma das mesas do Festival Negritudes Globo 2025 em Salvador
Reprodução/TV Bahia
Pouco antes das 12h, começou a primeira mesa, “Cantos e contos brasileiros”, com mediação da jornalista Luana Souza, da Rede Bahia.
Dando início às discussões, a cantora e atriz Mariene de Castro exaltou a sua ancestralidade e falou da importância que a família teve em seu desenvolvimento. Também citou quem veio antes dos pais, lembrando seus antepassados indígenas e do apagamento que esses povos sofreram ao longo dos anos.
O cantor Márcio Victor destacou a importância de, além de trazer alegria, também falar sobre a realidade da periferia nas letras do pagode. “Pra mim, o pagode é o grande canto do meu povo”.
O bailarino e coreógrafo Zebrinha buscou no início da carreira, quando sentia que o estado não oferecia oportunidades para ele na arte, e, por isso, buscou no exterior, para falar do trabalho que desenvolve hoje, dando oportunidade para jovens que passam por suas turmas, incentivando e repassando experiências.
A atriz e cantora Gabz falou do papel de protagonismo que viveu na novela “Mania de Você”, da TV Globo, como um momento de exaltar a coletividade e diversidade na televisão, e não apenas como um pioneirismo dela e das colegas negras que viveram papéis de destaque simultaneamente nas três novelas da emissora. A artista também cantou “Noite de Verão”, um dos seus hits.
Raoni Oliveira, Camilla de Lucas, Lili Almeida e Luedji Luna
Cantora Luedji Luna, influenciadoras Camilla de Lucas e Lili Almeida, jornalistas Raoni Oliveira e Vanderson Nascimento no Festival Negritudes Globo
Alan Oliveira/g1
O segundo momento do evento começou com o jornalista Raoni Oliveira interagindo com o público presente no espaço, com um quadro musical que desenvolve nas redes sociais.
O objetivo do projeto é que o convidado continue a cantar corretamente a letra da música de pagode tocada pela banda que o acompanha. Além de pessoas que estavam na plateia, a própria Rita Batista, apresentadora do Festival Negritudes Globo, também entrou na brincadeira.
Em seguida, começou a segunda discussão do dia, com o tema “As telas entretêm, informam, e educam”, com mediação do apresentador da TV Bahia Vanderson Nascimento.
Iniciando a discussão, Vanderson homenageou a publicitária, escritora, roteirista e dramaturga Ana Maria Gonçalves, que foi eleita para a cadeira nº 33 da Academia Brasileira de Letras, no início do mês. Além de exaltar a importância dela para a literatura, sobretudo pelo livro “Um Defeito de Cor”, o apresentador pediu aplausos.
Em sua fala, a influenciadora digital Lili Almeida abriu o coração sobre o momento que vive agora, diante de realizações profissionais proporcionadas pelas redes sociais. A emprededora destacou a verdade que traz em suas mensagens virais como motivo do sucesso e a importância de trazer a vida real para as redes.
Ao se apresentar, a influenciadora digital Camilla de Lucas também citou o poder das redes sociais na influência da sociedade e de como é preciso ter responsabilidade com essa ferramenta. Diante disso, criticou o conteúdo compartilhado por alguns influenciadoras digitais, sem citar nomes. Ela destacou a importância do seu posicionamento desde o início das atividades nas redes, criticando falhas do mercado de beleza, como falta de produtos para cabelos crespos e maquiagem para seu tom de pele.
Em seguida, a cantora Luedji falou sobre a influência dos pais para sua negritude, citando a referência que encontrou nos pais, desde o nome escolhido para registrá-la. Luedji tem origem africana e faz referência a uma rainha do início do século 17.
Aline Patriarca, Cris Viana, Edvana Carvalho e Melly
Cris Viana, Aline Patriarca, Edvana Carvalho e Melly no Festival Negritudes
Reprodução
A terceira discussão foi mediada pela apresentadora Rita Batista, com o tema “O que que a Bahia tem? Bahia como fonte de inspiração”.
Em sua fala, a atriz Edvana Carvalho destacou a indignação das desigualdades sociais presentes no estado, chamando atenção para os potenciais presentes no povo baiano. Ela também comentou sobre sua personagem no remake de “Vale Tudo”, que teve a trama atualizada, para fugir de estereótipos apresentados na primeira versão, da década de 1980.
A influenciadora digital e ex-BBB Aline Patriarca revelou o medo que sentiu durante o Big Brother Brasil (BBB) 25, por não trazer à tona a discussão de negritude. Ela contou que teve medo de ser criticada por causa disso, mas achou que poderia ir além da pauta.
A cantora Melly saudou sua ancestralidade, citando os pais e a avó, que deixou o interior do estado e trouxe a família para Salvador, em busca de melhores condições de vida. A artista ressaltou a influência que o pai, que é músico, teve em sua vida e arte.
Única convidada que não era baiana, a atriz Cris Viana se declarou para o estado, em um depoimento emocionado. A artista falou sobre a relação que a Bahia tem com sua negritude e como se sente confortável em exercê-la quando está em terras baianas. “Sempre que eu venho, eu volto melhor e maior”, destacou.
Festival Negritudes
Preta Gil é homenageada durante o Festival Negritudes
Reprodução
Ao longo desta quinta-feira, o Festival Negritudes Globo irá sediar outras discussões. Ainda participarão nomes como os atores e humoristas Paulo Vieira e Luís Miranda, além da cantora Melly. Confia abaixo toda a programação:
16h às 17h – “Humor é coisa de família preta”, com o humorista Paulo Vieira, o produtor de elenco Rudson Martins, a roteirista Natália Cruz e o ator Luís Miranda – mediação do ator Felipe Velozo;
17h20 às 18h20 – “Ritmos e Sons”, com os cantores Seu Jorge e Russo Passapusso – mediação da jornalista Luana Assiz, da Rede Bahia;
18h40 – show de encerramento com o Ilê Aiyê e convidados.
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*Esta reportagem está em atualização
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